segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Texto 1 - Segundos Anos

Governo: Do Feudalismo Ao Absolutismo

Para que possamos compreender a transição de um sistema a outro, precisamos ter em mente dois fatores:

1) Usando a teoria do Materialismo Histórico de Karl Marx (1818/1883), "o modo pelo qual a produção material de uma sociedade é realizada constitui o fator determinante da organização política e das representações intelectuais de uma época". Assim, "a base material ou econômica constitui a 'infraestrutura' da sociedade, que exerce influência direta na 'super-estrutura', ou seja, nas instituições jurídicas e políticas (as leis e o Estado), bem como ideológicas (as artes, a religião, a moral) da época":


Fonte: http://www.algosobre.com.br/historia/materialismo-historico-o-karl-marx.html

2) Estado, (do latim status,us: modo de estar, situação, condição), segundo o Dicionário Houaiss é datada do século XIII e designa "conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado". Segundo o jurista italiano Norberto Bobbio (1909/2004), a primeira vez que a palavra foi utilizada, com o seu sentido contemporâneo, foi no livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel (1469/1527).


TRADUZINDO: utilizando a ideia de Karl Marx, percebemos que TODAS as sociedades possuem uma base, que é a economia. E essa base é que determina as leis, o Estado e a ideologia. Nesse momento, o que nos interessa é o Governo, que é um dos elementos do Estado (Superestrutura).


Dito isso, vamos ao que nos interessa:


Como você deve ter percebido, a ideia de Estado que temos hoje foi criada entre os séculos XV e XVI, na Europa. Mas, e como era antes?

Em Roma, havia um governante forte, que era o Imperador. Por isso dizemos que Roma foi um Império. Geralmente, os impérios são maiores que os reinos. E o Império Romano foi um dos maiores que já existiu:

Tanto o Imperador, como o Rei, são monarcas. Monarquia é um tipo de Governo onde o governante passa o poder para seu herdeiro direto, geralmente homem. 


Quando os povos bárbaros invadiram o Império Romano, já tinham líderes militares. Com o passar dos séculos, esses líderes incorporaram práticas romanas, e assim surgiram os reis medievais. Mas, diferente dos imperadores romanos, os reis medievais não eram tão poderosos, porque dividiam o poder com a Igreja e com os senhores feudais:




Nesse caso, dizemos que o poder era descentralizado, porque não estava nas mãos de um só. O rei, se quisesse fazer uma batalha, por exemplo, precisava do apoio dos senhores feudais, para montar um exército. E se fizesse algo errado, poderia ser excomungado pela Igreja, perdendo até mesmo o apoio de seus súditos. Um exemplo disso foi a excomunhão de Henrique IV (1050/1106):


Henrique IV havia enfrentado o Papa Gregório VII (1020/1025/1085), querendo nomear os bispos, o que contrariava a ideia da autonomia religiosa. Esse episódio ficou conhecido como Querela das Investiduras (1075). Decidido a lutar contra o Papa, o Imperador o perseguiu, fazendo com que ele se escondesse no Castelo de Canossa (Itália). Henrique IV teve que ficar seminu, na neve, durante três dias, em 1077, até que o Papa o perdoasse. Abaixo, quadro de Eduard Schwoiser, de 1862, retratando a penitência do Imperador:




Em resumo, o poder romano era centralizado, enquanto que o poder medieval era descentralizado. Mas, e como isso mudou?


Aí é que entra o Materialismo Histórico de Marx: a mudança começou com as Cruzadas (1096/1272). As Cruzadas aproximaram os europeus dos muçulmanos para a guerra e para a convivência. Com o passar do tempo, o resultado imediato das Cruzadas foi o Renascimento Urbano e Comercial, na Europa.


Ou seja: os europeus "redescobriram o comércio com os muçulmanos. E, percebendo que esse comércio poderia torná-los mais ricos, muitos migraram para as vilas, que foram aumentando até se tornarem cidades. Falamos em "renascimento" porque em Roma já haviam cidades e comércio. Mas haviam passado mais de 500 anos entre uma época e outra. Esse fenômeno ocorreu, primeiramente, em cidades italianas: Gênova, Veneza (abaixo), Milão...




Como essas cidades eram chamadas de burgos, a classe social que ali surgiu, desenvolvendo o comércio e os bancos, passou a ser chamada de burguesia. E essa classe precisava de um rei forte, que os protegesse dos inimigos (concorrência), e os ajudasse em seus negócios (investimentos). Assim, os burgueses contribuíram para que esses monarcas medievais retomassem, pouco a pouco, o poder há tanto tempo perdido. A esse poder centralizado damos o nome de Absolutismo ("poder absoluto"). E a esses reinos que criaram essa forma de poder, damos o nome de Estados Nacionais Modernos. O primeiro Estado Nacional Moderno foi Portugal. Mas essa é outra História...




Vocabulário

1) Materialismo Histórico
2) Infraestrutura
3) Super-Estrutura
4) Estado
5) Governo
6) Poder centralizado X Poder descentralizado
7) burguesia
8) Absolutismo
9) Renascimento
10) Estado Nacional Moderno

Atividades

1) Diferencie o Governo medieval do Governo Absolutista

2) Abaixo, uma cena do filme Coração Valente (1996). Nele, o guerreiro William Wallace (1272 ou 1273 a 1305), escocês, incita os outros escoceses a lutar contra a dominação inglesa. Essa cena tem a ver com qual tipo de Governo estudado? Justifique a sua resposta:









2 comentários:

  1. Então Professor ,Li os 2 textos, Deu para exclarecer melhor.. Esta Otimo. Esse ultimo Video me lembrou uma aula de Sociologia do ano passado , no Colégio Hildebrando ainda. Meu professor disse que percebe que na sociedade , para sermos livres , precisamos de Segurança, ee isso faz com que nós tenhamos que acabar entregando nossa liberdade para que estejamos seguros , mas mesmo entregando a liberdade , não estaremos seguros o suficiente ^.^
    Ass: Angela 2ºA

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  2. Legal Angela! Você salvou a pátria, pois achei que fecharia esse Texto sem comentário algum....É isso mesmo!

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