sexta-feira, 20 de abril de 2012

Mitologia Grega

No início era o Caos: inicialmente descrito como o ar que preenchia o espaço entre o Éter e a Terra, mais tarde passou a ser visto como a mistura primordial dos elementos. Seu nome deriva do verbo grego χαίνω, que significa "separar, ser amplo", significando o espaço vazio primordial.


Do Caos nasceram Gaia (a Mãe Terra), o Tártaro (o Mundo Inferior), Eros (o Amor), Érebo (a Escuridão) e Nix (a Noite).

Gaia - a Mãe Terra. Sozinha, ela gerou Urano (o Céu), Ponto (o Mar) e as Óreas (as Montanhas). Uma das Óreas era o Monte Olimpo, onde os deuses foram morar.


Tártaro - era a personificação do mundo inferior


Eros - o Amor. Em algumas versões, Eros era filho de Afrodite e Ares, e irmão de Anteros (as ordens e a manipulação). Casou com Psiquê (a Alma), com quem teve um filho, Hedonê (o Prazer).


Érebo (ou Érebus) - era a Escuridão. Ele desposou sua irmã Nix (a Noite) e com ela teve dois filhos: o Éter (a Luz Celestial) e Hemera (o Dia).


Nix - a Noite. Além de Éter e Hemera, também acreditava-se que Nix era mãe das Hespérides, primitivas deusas primaveris. Seriam três, as Hespérides: Egle (a Radiante), Erítia (a Esplendorosa) e Hespéra (a Crepuscular).


Abaixo, o lugar de cada coisa, conforme Hesíodo:


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Gaia e Urano foram pais dos Titãs: Oceano e Tétis, Céos e Febe, Crio e Mnemósine, Hipérion e Téia, Jápeto e Têmis, Cronos e Réia. Seis Titãs e seis Titânides.


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Os Titãs

Oceano e Tétis


Oceano representava as águas do desconhecido Oceano Atlântico (chamado de "Mar Oceano"). De sua união com Tétis nasceram as três mil Oceânides (ninfas do oceano), sendo que as mais conhecidas foram Dione (concebeu Afrodite, junto com Zeus), Dóris (com Nereu, concebeu as Nereidas), Eurínome (com Zeus, concebeu as Cárites), Clímene (com Jápeto concebeu Prometeu, Epimeteu, Atlas, Menoécio e Héspero), Métis (foi engolida por Zeus, provocando o nascimento de Atena), Estige (foi desposada por Palas e concebeu Nice, Bia, Cratos e Zelo), entre outras.


Céos e Febe


Céos era o Titã da inteligência. Casou-se com Febe, deusa da beleza e da Lua. Foram pais de Astéria (mãe de Hécate) e Leto (mãe de Apolo e Diana). Abaixo, Febe:


Crio e Mnemósine

Crio era o deus do inverno e do frio, e desposou Euríbia (filha de Ponto e Gaia), e foi pai de Astreu (se casou com Eos e foi pai de Zéfiro, Bóreas, Nótus e Eósforos), Perses (se casou com Astéria e foi pai de Hécate) e Palas (que se casou com a oceânide Estige). Abaixo, Perses:


Mnemósine era a Titânide da memória, e com Zeus, teve as nove musas: Calíope (Poesia Épica), Clio (História), Érato (Poesia Romântica), Euterpe (Música), Melpômene (Tragédia), Polímnia (Hinos), Terpsícore (Dança), Tália (Comédia) e Urânia (Astronomia)


Hipérion e Téia

Hipérion era deus do Sol e com sua irmã Téia, concebeu os deuses Helios (outro deus solar), Selene (deusa da Lua) e Eos (deusa da Aurora, que se casou com Astreu)


Jápeto e Têmis

Jápeto era o deus do tempo e da mortalidade, e desposou Clímene, uma das filhas de Oceano e Tétis, e com ela teve PrometeuEpimeteuAtlasMenoécio Héspero


Têmis era deusa dos juramentos e dos homens de lei e foi a segunda esposa de Zeus (depois de Métis e antes de Hera). Com ele, teve os seguintes filhos: as Horas (Irene, Dice, Eunômia, Talo, Carpo, Auxo, Acme, Anatole, Disis, Dicéia, Eupória e Gimnásia) e das Moiras (Cloto, Láquesis e Átropos, abaixo)


Cronos e Réia

Cronos foi o pai dos deus da terceira geração (Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseidon e Zeus), com Réia. Falaremos deles em novo post.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Primeiros Anos - Pesquisa

Os Reinos Africanos

1) A África: é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de mil milhões de pessoas (estimativa para 2005), representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 54 países independentes. Inclui ainda territórios pertencentes a países de outros continentes, como as Ilhas Canárias e os enclaves de Ceuta Melilla, que pertencem à Espanha, o território ultramarino das ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, que pertence ao Reino Unido, e as ilhas de Reunião Mayotte, que pertencem à França.




O continente africano divide-se, basicamente, em dois: a África Setentrional (norte - Deserto do Saara) e a África Meridional ou Subsaariana. Na primeira, desenvolveram-se as civilizações egípcia e cartaginesa (descendente dos fenícios). Na segunda, desenvolveram-se muitas outras civilizações, menos conhecidas. Abaixo, o Deserto do Saara:




2) Civilizações Subsaarianas: destacamos seis reinos que se desenvolveram na África Subsaariana: Gana, Mali, Axum, Kush, Manicongo e Zimbabue (mapa abaixo):




3) Reino de Gana: ficava onde hoje é a Mauritânia, e se destacava pelo comércio de ouro. Haviam duas capitais, distantes 10 Km uma da outra. Na primeira, Kumbi Saleh, ficavam os mercadores muçulmanos, e na outra, que ainda não foi encontrada, o rei e a nobreza. Esse Reino ficou poderoso a partir do Século IV d. C., mas no Século XVIII, com a descoberta de ouro no Brasil, perdeu importância. Lá, até os cães tinham coleiras de ouro...




4) Reino do Mali: no mesmo lugar onde estava o Reino de Gana, vivia o povo mandinga, que lhes pagava tributo. Mas, por volta de 1230 (século XIII), Sundiata Keita (1190/1255) dominou vários povos vizinhos e denominou-se soberano (mansa) do Mali. Os habitantes do Mali eram muçulmanos e, em 1324, o mansa Kankan Musa (1312/1337) fez uma peregrinação a Meca, tornando o Reino do Mali famoso. Sua procissão incluía 60.000 homens, 12.000 escravos, todos vestidos de seda que traziam vasos com ouro, cavalos e sacos. Musa forneceu todas as necessidades para a procissão, alimentando toda a companhia de homens e animais. Também haviam 80 camelos, que carregavam entre 50 e 300 quilos de pó de ouro cada. Musa não só deu ouro para as cidades que passava a caminho de Meca, incluindo o Cairo e Medina, mas também negociou ouro por lembranças. Além disso, foi registrado que ele construiu uma mesquita da sexta-feira todos os dias.




Na volta, Mansa Musa trouxe sábios e arquitetos consigo, e transformou a cidade de Tombuctu numa das mais importantes da África. Desde 1988, essa cidade é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, pela ONU. Abaixo, a Mesquita Sankore:




5) Reino de Axum: ficava onde hoje é a Etiópia, e foi uma das primeiras sociedades africanas a se converter ao Cristianismo (no reinado de Ezana). No Século VII a.C., o povo que vivia ali, os axumitas, já dominavam a agricultura e a criação de bois, ovelhas, cabras e cavalos. Mas sua capital, Axum, desenvolveu um intenso comércio de plumas, obsidiana, ouro e sal. No Século III d. C., os axumitas já cunhavam moedas de ouro, prata e cobre. Abaixo, o obelisco de Ezana, na Etiópia:




6) Reino de Kush: os kushitas viviam no atual Sudão, ao Sul do Egito. Essa região chamava-se Núbia e era rica em ouro. No Século VIII a.C., os kushitas chegaram a dominar o Sul do Egito por cinco séculos. A 25ª Dinastia Egípcia (entre 750 e 653 a.C.) foi de reis kushitas (negros). A capital de Kush era Napata. Abaixo, capa da revista National Geographic cujo tema são os faraós negros:




7) Reino do Manicongo: Manicongo ou Menekongo era o título dos governantes bakongos do Reino do Kongo, um reino que existiu na África, entre o Século XIV e o Século XIXO termo "Manicongo" é uma corruptela da palavra em Kikongo, "Mwene Kongo" (literalmente "senhor do Kongo"). O termo "wene" refere-se tanto ao reino como um todo, quanto à cada uma das unidades territoriais que o integravam. Os senhores dessas wene eram chamados de "Mwene", sendo que o Manicongo era o Mwene mais poderoso do reino, reconhecido como rei ("ntinu") pelos portugueses, desde sua chegada, em 1483.
O Manicongo residia na cidade-capital do reino, de onde nomeava os governadores das províncias e recolhia os impostos apropriados. Abaixo, o Rei João do Congo (Nzinga-a-Nkuwu - Século XVI):


8) Reino do Zimbabue: Os Khoisan foram os colonos originais e dominaram a região até a chegada dos bantus, no século IX, que ao longo dos séculos XIII e XIV, criaram o Império Monomotapa, cujo centro está situado nas ruínas de Grande Zimbábue. Quando em 1607 o monarca do Estado concede aos portugueses a exploração do subsolo da área, ela já se encontrava em declínio, que, em um outro tempo, graças às suas minas ouro e ao comércio de escravos chegou a manter um comércio constante com a costa do Oceano Índico.



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre a República ser representada por uma mulher...

A representação da República Francesa por uma figura alegórica, a de uma mulher, geralmente usando um gorro frígio, não consta da Constituição, mas não pode ser negado seu caráter oficial, pois ela figura no selo do Estado, assim como nas moedas e nos selos postais, outros símbolos de atividade e responsabilidade públicas. Também aqui, tudo tem origem na Revolução, que, tendo rejeitado a Monarquia, suas armas e emblemas com a flor-de-lis, não podia deixar de substituí-los. O selo do Estado – decretou a Convenção no fim de setembro de 1792 – apresentaria uma "figura da Liberdade". Sabe-se que há vários séculos os tratados clássicos de iconologia apresentavam o gorro frígio como atributo característico da Liberdade. Pela decisão de 1792, portanto, este boné tornava-se o principal emblema da República Francesa, entrando para a história da França para nela ficar. Tendo a República vencido e tendendo a identificar-se com a França, a alegoria da França usa um gorro frígio, e o gorro de certa forma afranceza-se. Esta nacionalização francesa do gorro frígio já era suficientemente patente no fim do século XIX para que a Liberdade universal se visse na contingência de encontrar outras maneiras de cobrir a cabeça (sendo a mais famosa a da estátua da Liberdade do escultor Bartholdi, em Nova York).


Ao longo da complicada história do século XIX, contudo, houve republicanos que consideraram o gorro frígio revolucionário demais, e que uma República legalista e pacífica devia ser representada com outro acessório (lauréis, por exemplo). De qualquer maneira, é a este parêntese logo fechado de nossa história que o simbolismo republicano deve certas criações ainda conhecidas e mesmo bastante visíveis: o primeiro selo postal francês, conhecido como o da Cérès, de 1849, ou a República sentada e coroada de sol no selo do Estado e os escudos de armas dos tabeliães, ou ainda a cabeça que figura na medalha da Legião de Honra.
Fonte: http://www.ambafrance.org.br/abr/imagesdelafrance/republica.htm


Esse é um trecho que explica o uso da mulher com o barrete frígio, na República francesa. Como a moda brasileira era copiada da França, usaram a figura feminina aqui também. E até hoje, essa mulher está na simbologia da República, em nosso dinheiro, por exemplo. No sítio onde achei esse trecho, há maiores explicações. Vale a pena ler...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Texto 7 - Terceiros Anos

A República Oligárquica

Vamos fazer uma pequena análise dos Presidentes da República Oligárquica e alguns fatos de cada período, lembrando que os dois primeiros presidentes foram o Marechal Deodoro da Fonseca (1889/1891) e o Marechal Floriano Peixoto (1891/1894):

3) Prudente José de Morais Barros (1841/1902) - nasceu em Itu (SP) e governou o Brasil entre 1894 e 1898, sendo o primeiro Presidente eleito por voto direto e o primeiro civil a ocupar a Presidência. Em seu governo terminou a Revolução Federalista (1893/1895), mas também enfrentou a Guerra de Canudos (1896/1897).


4) Manuel Vitorino Pereira (1853/1902) - nasceu em Salvador e foi Vice de Prudente de Morais. Entre novembro de 1896 e março de 1897, Prudente de Morais fez uma cirurgia, e Manuel Vitorino foi Presidente, por quatro meses. Transferiu a sede da Presidência, do Palácio Itamaraty, para o Palácio do Catete.




5) Manuel Ferraz de Campos Sales (1841/1913) - nasceu em Campinas (SP) e governou o Brasil entre 1898 e 1902. Desenvolveu a sua Política dos Estados mais conhecida como Política dos Governadores, através da qual afastou os militares da política e estabeleceu a República Oligárquica, segunda fase da República Velha. Conseguiu também estabelecer um equilíbrio entre o poder dos estados, como o rodízio de mineiros e paulistas na presidência e na vice-presidência da república, chamada Política do Café-com-Leite.


6) Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848/1919) - nasceu em Guaratinguetá (SP) e governou o Brasil entre 1902 e 1906. É mais lembrado pelas reformas que fez na Capital Federal: junto com o Prefeito Francisco Pereira Passos (1836/1913), derrubou mais de 1600 velhos casarões e cortiços, abriu avenidas e criou parques, dando um ar mais moderno à cidade do Rio de Janeiro. Além disso, trabalhou com o médico sanitarista Osvaldo Cruz (1872/1917), a fim de acabar com epidemias e promover a vacinação obrigatória, fato que acabou provocando a Revolta da Vacina (10 a 16 de novembro de 1904). Sua administração coincidiu com o auge da borracha e ele também comprou o Acre, da Bolívia.


7) Afonso Augusto Moreira Pena (1847/1909) - nasceu em Santa Bárbara (MG) e foi Vice-Presidente de Rodrigues Alves, entre 1903 e 1906, e Presidente entre 1906 e 1909. Em seu Governo foi aumentado o número de ferrovias e foi feita a ligação telegráfica entre a Amazônia e o Rio de Janeiro, graças aos esforços do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865/1958). Também foi o primeiro Presidente a comprar café, transferindo para o Governo os encargos com a valorização do produto. Quando faleceu, em 1909, foi sucedido por Nilo Peçanha.


8) Nilo Procópio Peçanha (1867/1924) - nasceu em Campos de Goytacazes (RJ) e sucedeu Afonso Pena, quando de sua morte. Governou o Brasil entre 1909 e 1910. Foi considerado o único mulato a governar o país, apesar dele mesmo não admitir esse fato (assim como Machado de Assis).


9) Hermes Rodrigues da Fonseca (1855/1923) - nasceu em São Gabriel (RS) e era sobrinho do Marechal Deodoro da Fonseca. Foi Presidente entre 1910 e 1914 e logo que assumiu a Presidência enfrentou a Revolta da Chibata (22 a 27 de novembro de 1910), liderada pelo marinheiro João Cândido Felisberto (1880/1969), o "Almirante Negro". Também enfrentou a Guerra do Contestado (1912/1916), mas não pôs fim a ela. Efetivou a Política de Salvações, colocando militares no Governo de vários estados (PE, BA, CE e AL). Em 1912 ficou viúvo e em 1913 se casou pela segunda vez, com a caricaturista Nair de Teffé (1886/1981). Ela chegou a promover um sarau no Palácio do Catete, ao som do Corta-Jaca, de Chiquinha Gonzaga (1847/1935), sua amiga.


10) Venceslau Brás Pereira Gomes (1868/1966) - nasceu em Brasópolis (MG) e foi Presidente entre 1914 e 1918. Conseguiu pôr fim à Guerra do Contestado e mediou a disputa de terras entre Paraná e Santa Catarina. Em seu governo ocorreram os chamados "3 G": a Grande Guerra, (como se chamava, na época, a Primeira Guerra Mundial), onde morreram 19 milhões de pessoas, a Gripe Espanhola (300 mil mortos no Brasil, incluindo o recém reeleito Rodrigues Alves, e entre 50 e 100 milhões no mundo todo), e as Greves de 1917.




11) Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848/1919) - em 1918, Rodrigues Alves foi reeleito para a Presidência da República, obtendo 386.467 votos, contra 1.258 votos dados a Nilo Peçanha. Foi o primeiro Presidente reeleito na História do Brasil, mas contraiu a Gripe Espanhola, vindo a falecer, em 1919, sem tomar posse.




12) Delfim Moreira da Costa Ribeiro (1868/1920) - nasceu em Cristina (MG). Era Vice de Rodrigues Alves, e assumiu a Presidência, devido ao falecimento dele. Governou o Brasil de 15 de novembro de 1918 até 28 de julho de 1919. Morreu logo depois que deixou a Presidência. 




13) Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa (1865/1942) - nasceu em Umbuzeiro (PB) e governou o Brasil entre 1919 e 1922. Enfrentou a Revolta dos 18 do Forte (1922), que era o início do Tenentismo. Em seu Governo também foi inaugurado o rádio no Brasil (1922), a criação do Partido Comunista Brasileiro (1922) e a Semana de Arte Moderna (13, 15 e 17 de fevereiro de 1922).




14) Artur da Silva Bernardes (1875/1955) - nasceu em Viçosa (MG) e governou o Brasil entre 1922 e 1926. Teve que enfrentar a Coluna Prestes (1925/1927).




15) Washington Luis Pereira de Sousa (1869/1957) - nasceu em Macaé (RJ) e governou o Brasil entre 1926 e 1929. Governou com relativa tranquilidade (Artur Bernanrdes governou em Estado de Sítio, devido à Coluna Prestes). Mas, em 1929, houve a Quebra da Bolsa de Valores de New York, e o café brasileiro foi profundamente afetado. Assim, Washington Luís acabou apoiando Júlio Prestes (1882/1946) para a Presidência, quebrando o acordo do Café-com-Leite. Minas Gerais juntou-se ao Rio Grande do Sul e Paraíba, para apoiar Getúlio Vargas (1882/1954). Era o começo do fim...



Texto 7 - Segundos Anos

A União Ibérica

Resumindo: no século XV, portugueses e espanhóis disputaram a hegemonia do comércio mundial, dominando a América e a África, bem como a Ásia. Nesse processo, dizimaram os indígenas, escravizaram os negros e fizeram inúmeras guerras. Além disso, havia espionagem, trapaças e segredos, em todo esse processo. E o Tratado de Tordesilhas (1494).


Mas, em 1578, a situação começou a mudar, com a morte do Rei D. Sebastião (1554/1578, abaixo). Jovem aventureiro, foi lutar na África, na Batalha de Alcácer-Quibir, e nunca mais foi visto.


Seu sucessor foi o seu tio de segundo grau, o Cardeal D. Henrique (1512/1580). Mas ele estava idoso (68 anos) e logo faleceu (1580). Assim, o trono português ficou novamente vago. Apareceram vários pretendentes, mas o mais poderoso era o rei da Espanha, Filipe I (II na Espanha).


Filipe nasceu em 1527 em Valladolid (Espanha) e era filho do Imperador Carlos V (1500/1558) e da Imperatriz Isabel de Portugal (1503/1539), filha de D. Manuel I (que também era bisavô de D. Sebastião). Ele herdou a Espanha e suas colônias, os Países Baixos, a Sardenha, a Córsega, a Sicília, Milão, Nápoles e outras terras. E, em 1580, "herdou" Portugal e suas colônias, incluindo o Brasil. Em 1543, Filipe se casou com Maria Manuela de Portugal (1527/1545), mas ela morreu dois anos depois, após lhe dar um filho (Carlos - 1545/1568). Em seguida (1554), se casou com Maria I da Inglaterra (1516/1558). Queria ser Rei da Inglaterra, mas Maria I morreu sem deixar herdeiros, e foi sucedida por sua meia-irmã, Elizabeth I (1533/1603). Sua terceira esposa foi Isabel de Valois (1545/1568), que lhe deu duas filhas, Isabel (1566/1633) e Catarina (1567/1597), e era filha do Rei da França, Henrique II (1519/1559). Em 1568, quando tinha 41 anos, Filipe perdeu o filho (Carlos) e a terceira esposa (Isabel). Assim, além de novamente viúvo, também estava sem sucessor, pois suas filhas tinham 2 e 1 ano, respectivamente. Dois anos depois, em 1570, Filipe se casou com Ana de Áustria (1549/1580), sua prima. Eles tiveram cinco filhos, mas apenas um chegou à idade adulta: Filipe (1578/1621)


Em 1579, Filipe II perdeu as Sete Provícias Unidas dos Países Baixos (FrísiaGroningenGüeldresHolandaOverijsselUtrecht Zelândia). Esse fato interferiu na História do Brasil.





E em 1580, Filipe II passou a ser Rei de Portugal e do Brasil. Assim, o Tratado de Tordesilhas perdeu sua razão de ser, um outro fator que iria modificar a nossa História.

Em 1588, a Espanha perdeu sua Invencível Armada (130 navios, tripulados por 8 mil marinheiros e transportando 18 mil soldados) devido às fortes tempestades, em guerra contra a Inglaterra. Resultado: a Espanha nunca mais se recuperou dessa perda, e a Inglaterra passou a ser a Rainha dos Mares.


De positivo, Filipe II deixou o El Escorial, importante monumento espanhol (abaixo).  Morreu em 1598 e foi sucedido por seu filho, Filipe III (II em Portugal).


Filipe III começou a governar com 20 anos. Em 1609, firmou uma paz de 12 anos com as Províncias Unidas, que acabariam por se libertar em 1621, ano de sua morte. Ele foi sucedido por seu filho, Filipe IV (1605/1665, abaixo).


Logo que ele começou a governar, as Províncias Unidas se separaram, e o Brasil se dividiu em dois: o Estado do Brasil, com as capitanias ao sul do Rio Grande do Norte atual, e o Estado do Maranhão, do Cabo São Roque à Amazônia.


Em 1624, os holandeses invadiram a Bahia, mas foram expulsos. Mas, em 1630, invadiram Pernambuco, e tiveram êxito. Para completar o ciclo de perdas, a Espanha perdeu Portugal, em 1640. Era o fim da União Ibérica, e uma guinada na História do Brasil.



Texto 7 - Primeiros Anos

Civilização Micênica



A Grécia Micênica é também conhecida como "Grécia da Idade do Bronze". A cultura grega desse período durou desde a chegada dos gregos ao Egeu, por volta de 1.600 a.C. até o colapso de sua civilização da Idade do Bronze por volta de 1.100 a.C.. É a esse período que refere-se o trabalho épico de Homero (abaixo), bem como muito da mitologia grega


O período Micênico teve seu nome adotado a partir do sítio arqueológico de Micenas (abaixo), cidade situada no nordeste da Argólida, uma região do Peloponeso. Atenas, Tebas e Tirinto também são importantes sítios arqueológicos do período micênico.



A civilização micênica era dominada por uma aristocracia guerreira. Por volta de1.400 a.C. os micênios estenderam seu controle a Creta, o centro da civilização Minoica, e adotaram uma forma da escrita parecida com a minoica, que foi chamada de Linear B (abaixo).




Por volta de 1.100 a.C. a civilização micênica entrou em declínio: várias cidades foram saqueadas e a região entrou no que os historiadores denominam Idade das Trevas. Durante esse período, a Grécia viveu um declínio tanto populacional como literário. Os próprios gregos costumavam atribuir a causa desse declínio à invasão duma nova vaga de gregos, os Dórios. Todavia, as evidências arqueológicas que poderiam comprovar esse ponto de vista são escassas.

No final desse Período, ocorreu a Guerra de Troia (1300 ou 1200 a.C.)



A Guerra de Troia

Segundo a lenda, a Guerra de Troia teria sido motivada por Páris, que raptou Helena, mulher de Menelau, e a levou para sua terra, chamada Troia, que ficava na Ásia Menor (atual Turquia, abaixo).


 Essa lenda, conhecida como "À Mais Bela", gerou as expressões "pomo da discórdia" (a maçã que motivou tudo) e "presente de grego" (o cavalo, que pôs fim à guerra de dez anos). 


Segundo Homero, na Ilíada, a Guerra de Troia durou dez anos, e acabou vencida pelos gregos, que usaram o truque do "cavalo de troia", para invadir a cidade, e dominá-la (abaixo, cena do filme Troia, de 2004):




Durante muito tempo, acreditou-se que Troia fosse uma lenda. Mas, em 1870, o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann (1822/1890) descobriu as ruínas da cidade. Na verdade, ali haviam várias cidades, que foram destruídas e reconstruídas. A Troia da "guerra" foi a sétima cidade construída no mesmo local:


A Guerra de Troia é a primeira guerra a ter uma narrativa histórica, apesar de um tanto exagerada. Abaixo, reconstituição da cidade de Troia:



Além da Ilíada, Homero escreveu a Odisseia, onde narra a volta de Ulisses (Odisseus) e outros guerreiros, para casa. Essa volta levou mais dez anos. Nesse período, enfrentaram bruxas, ciclopes, e até sereias (imagem abaixo):