terça-feira, 29 de maio de 2012

Texto 11 - Terceiros Anos

O Pós-Guerra e Os Anos 20

A Grande Guerra terminou em 1918, o mesmo ano em que irrompeu a Revolução Russa. O mundo não seria mais o mesmo, após esses eventos. Em 1919 foi assinado o Tratado de Versalhes, que pôs fim à Guerra. Seria assim tão fácil? Vejamos como ficou o mundo no Pós-Guerra:


A mudança mais visível foi política. Observando os dois mapas da Europa, um de 1914 e outro de 1918, percebemos que o Império Russo perdeu a Finlândia, a Estônia, a Letônia, a Lituânia e a Polônia. A Polônia acabou ficando com parte da Alemanha (o "Corredor Polonês") e do Império Austro-Húngaro. E o Império Austro-Húngaro desapareceu, aparecendo novos países em seu lugar: Tchecoslováquia, Áustria, Hungria. A Romênia cresceu e a Sérvia, Montenegro e outra parte da Áustria-Hungria viraram a Iugoslávia.

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller (1876/1931), assinou o tratado em 28 de Junho de 1919. O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do Nazismo.


República de Weimar - a República foi proclamada em 1919, na cidade de Weimar. Terminou em 1933.


Liga das Nações - órgão internacional, criado em 1919 e extinto em 1946. Ela se baseava nos 14 Pontos, citados pelo Presidente estadunidense Woodrow Wilson (1856/1924) em 1918.


Castigo - Pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha deveria devolver a região da Alsácia-Lorena para a França (havia "ganho" em 1871), cedeu partes da Alta Silésia para a Tchecoslováquia e para a Polônia, mesmo contra a vontade dos cidadãos, aceitar a criação do Corredor Polonês, pagamento de uma indenização de 132 bilhões de marcos (eram 269, a princípio), além da proibição de se unir à Áustria, e de produzir armas, entre outras. Abaixo, o local de negociações:




Os acordos do Tratado de Versalhes eram complexos, e a Alemanha e a Áustria-Hungria, como perdedoras, foram excluídas das negociações. A Rússia também saiu, devido a negociações feitas com a Alemanha, em separado. Os Estados Unidos, a princípio concordaram, mas depois também se afastaram da Liga (ou Sociedade) das Nações. Por fim, o Japão e a Itália também se afastaram, deixando apenas três nações decidirem tudo: a Inglaterra (Primeiro-Ministro David Lloyd George - 1863/1945), França (Primeiro-Ministro Georges Clemenceau - 1841/1929) e o Presidente dos EUA, Woodrow Wilson.



A França e a Bélgica é que mais reclamavam, pois foram devastadas durante a Guerra (foto acima). Londres não tinha sido tão duramente atacada, mas a Inglaterra também teve gastos. No quadro abaixo, as vítima da Tríplice Entente (esquerda) e da Tríplice Aliança (direita):

Vítimas
Mortes militares: 5 milhões
Mortes civis: 6 milhões
Total: 11 milhões
Mortes militares: 4 milhões
Mortes civis: 4 milhões
Total: 8 milhões


Quem lucrou com a Guerra foi os Estados Unidos. Antes da Guerra, esse país já havia se desenvolvido, principalmente por idéias inovadoras, com a do Fordismo (quadro abaixo):


Henry Ford (1863/1947) desenvolveu o conceito do Fordismo: a produção em grande quantidade de automóveis a baixo custo por meio da utilização do artifício conhecido como "linha de montagem", o qual tinha condições de fabricar um carro a cada 98 minutos, além dos altos salários oferecidos a seus operários — notavelmente o valor de 5 dólares por dia, adotado em 1914Ford via no consumismo uma chave para a paz, o que o levou certa vez a dizer: "o dinheiro é a coisa mais inútil do mundo; não estou interessado nele, mas sim no que posso fazer pelo mundo com ele"

A propaganda já era utilizada, para "convencer" as pessoas a comprar as mercadorias. Num exemplo abaixo, até Papai Noel virou garoto-propaganda de automóveis:


Com o advento da Guerra, os EUA passaram a produzir em larga escala, não só para seu mercado interno, mas também para a Europa, cujas indústrias estavam fechadas ou tinham se adaptado, passando a produzir armamentos para o conflito. Assim, nos Anos 20, os EUA passaram a produzir como nunca, levando a solo norte-americano uma riqueza nunca vista, até então. Eram os "Loucos Anos 20":

Os "Loucos Anos 20"


Após a Primeira Guerra Mundial, os países da Europa estavam em ruínas, enquanto que os Estados Unidos tinham grande prosperidade, por causa da produção e exportação de grande quantidade durante a guerra. Com o aumento da produção, os Estados Unidos, durante a década de 20, tinham crescimento e prosperidade suficientes para dominar outros mercados, como na América Latina. Era o chamado "Loucos Anos 20". O consumo havia aumentado, a indústria criava o tempo todo bens de consumo, boates e clubes viviam cheios e o cinema tornava-se uma grande diversão. Com essa prosperidade, as ações eram valorizadas. Essa situação afetou outros países, como o Brasil, que exportava seu café pros EUA.



«Os anos 20 foram anos de prosperidade. O "American way of life("estilo de vida à americana") invadiu a Europa. Aos benefícios da sociedade de consumo associou-se a busca de prazer e da evasão intensificaram-se, com a vida noturna. Os teatros, os cinemas, os night-clubs e outras salas de espetáculos e de jogos das grandes cidades tornaram-se locais habitualmente frequentados. As novas bebidas (cocktail), as novas músicas (sobretudo o jazz) e as novas danças (charlestonlambeth walkswing e rumba) passaram a animar a vida noturna.  Rallies de automóveis, corridas de carros e de cavalos e outros desportos (como o futebol) constituíam outros divertimentos que envolviam grandes massas.
O rápido desenvolvimento dos meios de transporte (comboio, automóvel, avião) e dos meios de comunicação (rádio, telégrafo, telefone...) acelerou o quotidiano das pessoas, favorecendo uma maior mobilidade espacial e do ritmo de vida. A moda de viajar entrou nos hábitos e prazeres das classes médias. Às viagens de negócios acrescentaram-se as viagens lúdicas, de turismo, quer no interior dos próprios países, quer para países estrangeiros, criando-se e desenvolvendo-se novas infra-estruturas para apoio destes lazeres: agências de viagens, serviços de hotelaria especializados, mapas, guias turísticos, cartões-postais ilustrados, etc.
Rodolfo Valentino (1895/1926) e Gloria Swanson (1899/1983), dois astros da época

New York em 1922

Ernest Hemingway (1899/1961), escreveu 
O Sol Também Se Levanta (1926) e Adeus às Armas (1929)

Mulheres numa praia da Califórnia, 1925

A dançarina Josephine Baker (1906/1975) provocou escândalos nos Anos 20

Casal dançando Charleston, na capa da revista Life

Clara Bow (1905/1965), a garota do It e de Wings (1927)

Nomes da Época:


1) Josephine Baker (1906/1975): cantora e dançarina estadunidense, se naturalizou francesa em 1937;
2) Samuel Beckett (1906/1989): dramaturgo e escritor irlandês, escreveu Esperando Godot;
3) Georges Braque (1882/1963): pintor e escultor francês, fundou o Cubismo com Picasso;
4) Pablo Picasso (1881/1973): pintor e escultor espanhol, fundador do Cubismo, com Braque;
5) André Breton (1896/1966): poeta e escritor francês, idealizador do Surrealismo;
6) Igor Stravinski (1882/1971): compositor, pianista e maestro russo;
7) Coco Chanel (1883/1971): estilista francesa, criadora da Maison Chanel;
8) Marcel Duchamp (1882/1968): pintor, escultor e poeta francês;
9) Isadora Duncan (1877/1927): bailarina estadunidense;
10) T. S. Eliot (1888/1965): poeta, dramaturgo e crítico literário inglês, escreveu The Name of Cats;
11) Scott Fitzgerald (1896/1940): escritor estadunidense, escreveu The Great Gatsby;
12) George Gershwin (1898/1937): compositor estadunidense, compôs Rhapsody in Blue;
13) Ernest Hemingway (1899/1961): escritor estadunidense, escreveu Por Quem Os Sinos Dobram;
14) James Joyce (1882/1941): romancista e poeta irlandês, escreveu Ulisses;
15) Cole Porter (1891/1964): músico e compositor estadunidense, compôs I've Got You Under My Skin










Texto 11 - Segundos Anos

A Dinastia de Bragança e O Brasil do Ouro


Como vimos, durante a União Ibérica (1580/1640) e as Invasões Holandesas (1624/1654), começaram a haver mudanças, em Portugal e no Brasil. A primeira dessas mudanças foi o início da Dinastia de Bragança:


Esse é Dom João IV (1604/1656). Durante seu reinado (1640/1656), esteve envolvido em restaurar as colônias portuguesas na África e na América. No caso do Brasil, teve que lançar guerra contra os holandeses, terminando por expulsá-los em 1654. Dois anos depois, veio a falecer. Foi nessa época, em 1641, que houve a Aclamação de Amador Bueno, primeira Revolta Nativista do Brasil Colônia. Nela, os moradores de São Vicente tentaram tornar Amador Bueno (1584/1649) "rei", mas ele recusou a oferta.


Seu filho e sucessor, Dom Afonso VI (1643/1683) tinha apenas 10 anos quando seu irmão mais velho, Teodósio, morreu, e 13 quando morreu seu pai. Além disso, haviam boatos de que ele sofria de uma doença mental. E enquanto ele era menor, sua mãe, Dona Luísa de Gusmão (1613/1666), foi a Regente. Em 1662, Dom Afonso depôs sua mãe, e assumiu o poder de fato. Ainda em 1662, Portugal e Holanda assinaram a paz. E em 1666, ele se casou com Dona Maria Francisca de Sabóia (1646/1683).


Em 1667, Dom Afonso VI abdicou ao trono, convencido por sua esposa e por seu irmão, Dom Pedro (1648/1706), que passou a ser o novo Regente. Em seguida, Dom Pedro conseguiu a anulação do casamento do irmão, alegando a não consumação do mesmo. Dom Pedro acabou se casando com Dona Maria Francisca, no mesmo ano, e tiveram uma única filha: Dona Isabel Luísa (1669/1690).


Em 1683, morreram Dom Afonso VI e Dona Maria Francisca. Dom Pedro assumiu o trono português com o título de Dom Pedro II. Em 1687, ele se casou com Dona Maria Sofia (1666/1699). Com ela, ele teve seu filho e sucessor: Dom João V (1689/1750). Foi durante seu reinado, que ocorreu a Revolta de Beckman (1684), quando os irmãos Manuel e Tomás Beckman se revoltaram contra a questão escravista (queriam escravizar índios).


Em 1706, Dom Pedro II morreu, e Dom João V foi coroado rei, aos 17 anos. Ele se casou em 1708, com Dona Dona Maria Ana da Áustria (1683/1754), com quem teve seis filhos. Nesse mesmo ano, ocorria em São Paulo a Guerra dos Emboabas (1708/1709), entre paulistas portugueses, pelo ouro descoberto na região. Abaixo, azulejos baianos de 1702:


Lembre-se que o ouro já havia sido descoberto no Brasil, no Século XVII. E várias cidades foram fundadas nessa época: Paranaguá (PR, 1648), Sabará (MG, 1675), Curitiba (PR, 1693), Mariana (MG, 1696), e outras. Agora, no início do Século XVIII, aconteceu a primeira disputa pela posse desse ouro. Abaixo, mapa de 1706:


Entre 1710 e 1711 ocorreu a Guerra dos Mascates, entre Olinda e Recife. Entre 1713 e 1715, foi assinado o Tratado de Utrecht, onde Portugal garantiu a posse da Amazônia e da Colônia de Sacramento, no atual Uruguai. Com o aumento de portugueses vindo para o Brasil, Dom João V criou o imposto do quinto: o ouro encontrado nas minas seria levado para as Casas de Fundição, onde seria "quintado", isto é, tirado 1/5 como imposto a ser pago a Portugal.



Casas de Fundição

Por Felipe Araújo
Antes de serem criadas as Casas de Fundição, o ouro produzido na região mineradora circulava livremente em pó ou pepitas. Isso dificultava na cobrança do quinto – imposto de 20% sobre o ouro descoberto – favorecendo o comércio ilegal e o contrabando. Para garantir o controle sobre a produção do ouro, o governo português criou as Casas de Fundição e proibiu que o ouro em pó continuasse circulando.
Barras de ouro
Barras de ouro
As Casas de Fundição funcionavam da seguinte forma: recolhiam o ouro extraído pelos mineiros, purificavam-no, transformavam-no em barras e retiravam a parcela do imposto referente à Fazenda Real (Coroa). Depois o ouro recebia um cunho (selo) que o identificava como quintado, ou seja, podia ser legalmente comercializado. Chefiadas por um provedor, as Casas de Fundição ainda tinham trabalhadores como meirinhos, cunhadores, ensaiadores, fundidores, fiscais e tesoureiros.
Mas estas Casas de Fundição não foram bem recebidas pelos mineradores. Estes alegavam que a medida servia apenas para dificultar a comercialização e facilitar a cobrança de impostos. O clima de insegurança e insatisfação crescia cada vez mais. A Coroa, alarmada com a situação, criou as juntas de julgamento.
Em 1719, trouxe de Portugal duas Companhias de Dragões, tropas militares da época. Também foram criadas milícias de enfrentamento, em sua maioria, eram formadas por brancos, mas contavam, também, com mulatos, negros e ex-escravos.
No ano de 1720 eclodiu a primeira grande revolta contra as Casas de Fundição. A Revolta de Vila Rica, comandada pelo tropeiro (condutor de tropa de animais, geralmente de carga) Felipe dos Santos. O montante de revoltados era formado por donos de grandes lavras, populares e escravos armados por seus senhores. Juntos, exigiram ao governador da então capitania de Minas Gerais, Pedro de Almeida Portugal, a extinção das Casas de Fundição.
Casa de Fundição de Ouro Preto (MG)
Casa de Fundição de Ouro Preto (MG)
Surpreendido por Felipe dos Santos e seus aliados, o governador jurou ordenar o fim das Casas de Fundição, aceitou as exigências sem alarde e esperou que os ânimos se acalmassem. Por outro lado, ganhou tempo para a organização de suas tropas e entrou em ação rapidamente. Os líderes do movimento acabaram sendo condenados. Felipe dos Santos foi enforcado em praça pública e esquartejado em 1720.
A Casa de Fundição mais antiga do Brasil foi construída em São Paulo no século XVIII, para fundir a produção aurífera extraída pelos mineiros do Jaraguá e de outras jazidas. Elas são consideradas as primeiras ferramentas de controle de arrecadação de impostos, mas só começaram a ter esta função fiscal em 1751, época do retorno do “quinto”. Com a volta do imposto, seu número aumentou consideravelmente. Mas no final do século XVIII, com a diminuição das minas de ouro, as Casas de Fundição passaram a ser proibidas. A última delas localizava-se em Goiás e foi extinta em 1807.



O Quinto e a Derrama

Por Carla Caldeira
No final do século XVII, inicia o declínio  da exportação do açúcar pelo Brasil e inicia o ciclo do ouro. Nessa época a Europa se voltou para si onde poderiam consumir um açúcar mais barato e com qualidade excelente.

Barras de ouro
O ciclo de ouro se chama assim, pois no Brasil iniciou a extração e exportação de ouro e se tornou responsável por manter nossa economiana fase colonial do país. Vendo que o açúcar já não estava sendo visado assim mais pelos europeus, buscando novas maneiras de se extrair riquezas do Brasil, Portugal iniciou as extrações de ouro dentro de sua colônia.
Claro que para isso eram necessários equipamentos, obtenção de terrenos férteis e mão de obra barata, consequentemente, essa atividade foi controlada pelos proprietários rurais mais renomados da época.
A obtenção do lucro para Portugal ia através do quinto do que era extraído de ouro no Brasil. O quinto nada mais era do que a retenção 20% do ouro levados às Casas de Fundição, que pertenciam à Coroa Portuguesa. O nome do imposto (taxa cambial) ficou como “quinto” e a fundação de “Casas de Intendência” fiscalizava e controlava tudo o que saáa e tudo o que entrava.
Portugal, também requeria a derrama, um novo imposto cobrado para complementar os débitos que os mineradores acumulavam junto à Coroa Portuguesa.
Considerado abusivo, esse imposto tinha muita rejeição pelos mineradores. Era uma prática opressora e injusta, onde em uma data específica divulgado por Portugal, soldados enviados pelas autoridades prendiam quem era contra, que protestava ou se negava a “colaborar”. Sendo assim, a elite intelectual e econômica da época juntou forças para se opor à Portugal. No ano de 1789, um grupo de poetas, profissionais liberais, mineradores e fazendeiros tramavam tomar controle de Minas Gerais e clamar contra a coroa.





Ciclo do Ouro

Por Tiago Soriano
ciclo do ouro  ocorreu no final do século XVII, época em que as exportações do açúcar nordestino diminuíram. Essa diminuição na exportação do açúcar brasileiro se deu ao fato de os holandeses terem iniciado a produção deste produto em suas colônias da América Central.
cicloCom esta queda na produção açucareira, os colonos portugueses se viram obrigados a buscarem novos meios de obterem riqueza do solo de sua colônia, de modo que pudesse reverter tal patrimônio à Coroa Portuguesa, e foi justamente neste momento em que foram descobertas as primeirasminas de ouro  no Brasil, mais especificamente nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Então, com a exploração do ouro, esta atividade tornou-se a mais lucrativa no período colonial, e a capital da colônia, que até então se localizava em Salvador, mudou-se para o Rio de Janeiro, sob ordens do governo português, como meio de estratégia de aproximar a capital às regiões auríferas.
Porém, a Coroa Portuguesa cobrava altos impostos sobre o minério extraído, sendo tais impostos recolhidos pelas Casas de Fundição– órgão responsável pelo arrecadamento das taxas, e onde também o ouro era transformado em barras.
Os principais impostos eram:
  • Quinto – 20% de toda a produção do ouro pertenceriam ao rei português;
  • Derrama – a colônia deveria arrecadar uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano, e caso, essa quota não fosse atingida, penhoravam-se os bens de mineradores;
  • Capitação – imposto pago por cabeça, ou seja, para cada escravo que trabalhava nas minas era cobrado imposto sobre eles.
Essas cobranças de impostos, taxas, punições e o abuso de poder político português sobre o povo nativo, gerou enormes conflitos contra os colonos, culminando, desta forma, em diversas revoltas sociais. Entre elas, a mais importante foi, sem dúvida, a Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789 e liderada por Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes.
O período do ciclo do ouro durou aproximadamente até o ano de 1785, época em que sucedeu a Revolução Industrial, na Inglaterra.

Fontes:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u7.jhtm
http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/administracao/reparticoes/colonia/casadefundicao.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_ouro

Fonte: http://www.historiabrasileira.com/

Texto 11 - Primeiros Anos

Roma - O Reino


Atualmente, Roma é a capital da Itália. Mas, no passado, foi capital de um dos maiores impérios que já existiu. Oficialmente, a data de fundação de Roma é 21 de abril de 753 a.C., mas existe uma lenda, aquela de Rômulo e Remo.

No Século I a.C., o poeta Virgílio escreveu a Eneida e o poeta Tito Lívio escreveu a Ab Urbe condita libri. Nessas obras, ficamos sabendo que a origem da cidade de Roma estaria em Tróia. O herói Enéias teria fugido da cidade durante a Guerra, e se dirigido à Península Itálica. O filho de Enéias, Ascânio, teria fundado a cidade de Alba Longa. Quatrocentos anos depois, Amúlio usurpou o trono de Alba Longa, obrigando sua sobrinha Réia Sílvia a ser vestal (sacerdotisa), para não ter herdeiros. Mas ela engravidou do deus da guerra, Marte, e teve gêmeos: Rômulo e Remo. Amúlio prendeu sua sobrinha e colocou as crianças num cesto, jogando-as no Rio Tibre. Mas elas foram salvas por uma loba que as amamentou até que foram salvas por um pastor. Depois de crescidos, os gêmeos derrotaram o tio, e fundaram Roma, no alto do Monte Palatino. Mais tarde, Rômulo matou Remo e se tornou o primeiro rei da nova cidade, Roma.


Roma surgiu a partir das vilas que surgiram no alto das Sete Colinas, e teve sete reis lendários:


1) Rômulo (que além de fundador, também organizou o rapto das sabinas e dividiu o povo em classes sociais - plebeus e patrícios);


2) Numa Pompílio (era sabino e organizou o calendário de doze meses, que até então tinha dez);


3) Túlio Hostílio (era latino e escravizou os habitantes de Alba Longa);


4) Anco Márcio (era sabino e ordenou a construção da primeira ponte - Sublícia -  e o porto de Óstia);




5) Tarquínio Prisco (etrusco, criou a Cloaca Máxima, sistema de esgotos, iniciou a construção do Fórum, do Circo Máximo e do Templo de Júpiter);


6) Sérvio Túlio (etrusco, criou as primeiras muralhas que cercaram Roma e organizou o primeiro censo da História);


7) Tarquinio, o Soberbo (era etrusco e terminou o Templo de Júpiter. Mas era tão violento e cruel que, em 509 a.C., foi expulso de Roma, e foi proclamada a República).


O Reino Romano durou pouco: de 753 a 509 a.C. - veja, na linha do tempo, as bolinhas (vermelhas) correspondentes ao Reino:



Texto 10 - Terceiros Anos

A Revolução Russa


Antecendentes: Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absolutista, que era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior população da Europa, com cerca de 171 milhões de habitantes em 1904. Defrontava-se também com o maior problema social do continente: a extrema pobreza da população em geral. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo uma consciência de revolta contra os nobres. Entre1860 e 1914, o número anual de estudantes universitários cresceu de 5000 para 69000, e o número de jornais diários cresceu de 13 para 856.
A população do Império Russo era formada por povos de diversas etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural e 90% não sabia ler e escrever, sendo duramente explorada pelos senhores feudais. Com a industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um campo fértil para o florescimento de ideias socialistas.

O POSDR: Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa Ocidental, a Rússia recebeu do exterior novas correntes políticas que chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo, que deu origem ao Partido Operário Social-Democrata Russo.

O POSDR foi violentamente combatido pela Okhrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov (conhecido como Lênin) e Lev Bronstein (conhecido comoTrotsky).

A divisão do Partido: Mencheviques e Bolcheviques

Em 1903, divergências quanto à forma de ação levaram os membros do partido POSDR a se dividir em dois grupos básicos:
  • os mencheviques: liderados por Martov, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam, ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
  • os bolcheviques: liderados por Lenin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde, em 1917.

Revolta de 1905: Em 1904, a Rússia, que desejava expandir-se para o oriente, entrou em guerra contra o Japão devido à posse da Manchúria, mas foi derrotada. A situação socioeconômica do país agravou-se e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no navio couraçado Potemkin) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Em São Petersburgo, foi criado um soviete (conselho operário) para auxiliar na coordenação das várias greves e servir de palco de debate político.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo Manifesto de Outubro, grandes reformas no país: estabeleceria um governo constitucional, dando fim ao absolutismo, e convocaria eleições gerais para o parlamento (a Duma), que elaboraria uma constituição para a Rússia. Os partidos de orientação liberal burguesa (como o Partido Constitucional Democrata ou Partido dos Cadetes) deram-se por satisfeitos com as promessas do czar, deixando os operários isolados.
Terminada a guerra contra o Japão, o governo russo mobilizou as suas tropas especiais (cossacos) para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes revolucionários foram presos, desmantelando-se o Soviete de São Petersburgo. Assumindo o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha feito no Manifesto de Outubro. Apenas a Duma continuou funcionando, mas com poderes limitados e sob intimidação policial das forças do governo.
A Revolução Russa de 1905, mais conhecida como "Domingo Sangrento", tinha sido derrotada por Nicolau II, mas serviu de lição para que os líderes revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio geral para a Revolução Russa de 1917.

Revolução de 1917

A queda do Czar e o processo revolucionário

Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se em um outro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu pesadas derrotas nos combates contra os alemães[7]. A longa duração da guerra provocou crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e revoltas populares[5]. Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.
Numa das greves em Petrogrado (actualmente São Petersburgo, então capital do país), Nicolau II toma a última das suas muitas decisões desastrosas: ordena aos militares que disparem sobre a multidão e contenham a revolta. Partes do exército, sobretudo os soldados, apoiam a revolta. A violência e a confusão nas ruas tornam-se incontroláveis.[10]Segundo o jornalista francês Claude Anet, em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas foram mortas e cerca de 6000 ficaram feridas.
Em 15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e socialistas) depuseram o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. O czar foi posteriormente executado,e sua família, composta pela mulher, quatro filhas e um filho, ficaram em prisão domiciliar porém logo foram executados.

Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca



A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de 1917.
Em 23 de Fevereiro (C.J.) (8 de MarçoC.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes[10].
No dia 27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.[5]
Temendo uma repetição do Domingo Sangrento, o Grão-Duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau II assinou sua abdicação.
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe Georgy Lvov[7], um latifundiário, e tendoAleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, comprometido com a manutenção da propriedade privada, e interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em Abril[10] (C.J.), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como anacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes[11].
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Nas cidades,conselhos operários foram criados na maioria das empresas e fábricas.A Rússia ainda continuava na guerra.

Revolução de Outubro ou Revolução Vermelha



A segunda fase, conhecida como revolução de Outubro, teve início em novembro de 1917.
Na madrugada do dia 25 de outubro[12] os bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev eRadek, com a ajuda de elementos anarquistas e Socialistas Revolucionários, cercaram a capital, onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado. Muitos foram presos, mas Kerenski conseguiu fugir[7]. À tarde, numa sessão extraordinária, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo[7], dominado pelos bolcheviques. O Comitê Executivo do mesmo Soviete de Petrogrado rejeitou a decisão dessa assembleia e convocou os sovietes e o exército a defender a Revolução contra o golpe bolchevique. Entretanto, os bolcheviques predominaram na maior parte das províncias de etnia russa. O mesmo não se deu em outras regiões, tais como a Finlândia[12], a Polônia e a Ucrânia[12].

Em 3 de Novembro, um esboço do Decreto sobre o Controle Operário foi publicado. Esse documento instituía a autogestão em todas as empresas com 5 ou mais empregados. Isto acelerou a tomada do controle de todas as esferas da economia por parte dos conselhos operários, e provocou um caos generalizado, ao mesmo tempo que acelerou ainda mais a fuga dos proprietários para o exterior. Mesmo Emma Goldman viria a reconhecer que as empresas que se encontravam em melhor situação eram justamente aquelas em que os antigos proprietários continuavam a exercer funções gerenciais. Entretanto, este decreto levou a classe trabalhadora a apoiar o recém-criado e ainda fraco regime bolchevique, o que possivelmente teria sido o seu principal objetivo. Durante os meses que se seguiram, o governo bolchevique procurou então submeter os vários conselhos operários ao controle estatal, por meio da criação de um Conselho Pan-Russo de Gestão Operária. Os anarquistas se opuseram a isto, mas foram voto vencido.
Era consenso entre todos os partidos políticos russos de que seria necessária a criação de uma assembleia constituinte, e que apenas esta teria autoridade para decidir sobre a forma de governo que surgiria após o fim do absolutismo. As eleições para essa assembleia ocorreram em 12 de Novembro de 1917, como planejado pelo Governo Provisório, e à exceção do Partido Constitucional Democrata, que foi perseguido pelos bolcheviques, todos os outros puderam participar livremente. Os Socialistas Revolucionários receberam duas vezes mais votos do que os bolcheviques, e os partidos restantes receberam muito poucos votos. Em 26 de Dezembro, Lênin publicou suas Teses sobre a assembleia constituinte, onde ele defendia os sovietes como uma forma de democracia superior à assembleia constituinte. Até mesmo os membros do partido bolchevique compreenderam que preparava-se o fechamento da assembleia constituinte, e a maioria deles foram contra isto, mas o Comitê Central do partido ordenou-lhes que acatassem a decisão de Lênin.
Na manhã de 5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembleia constituinte foi dissolvida à bala por tropas leais ao governo bolchevique. A assembleia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários. Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo.
Durante este período, o governo bolchevique tomou uma série de medidas de impacto, como:

Guerra civil



Durante o curto período em que os territórios cedidos no Tratado de Brest-Litovski estiveram em poder do exército alemão, as várias forças antibolcheviques puderam organizar-se e armar-se. Estas forças dividiam-se em três grupos que também lutavam entre si: 1) czaristas , 2) liberais, eseritas e metade dos socialistas e 3) anarquistas. Com a derrota da Alemanha em 1919, esses territórios tornaram-se novamente alvo de disputa, bem como bases das quais partiriam forças que pretendiam derrubar o governo bolchevique.
Ao mesmo tempo, Trotsky se ocupou em organizar o novo Exército Vermelho. Com a ajuda deste, os bolcheviques mostraram-se preparados para resistir aos ataques do também recém formado Exército polonês, dos Exércitos Brancos de DenikinKolchak,Yudenich e Wrangel (que se dividiam entre as duas primeiras facções citadas no parágrafo anterior), e também para suprimir o Exército Insurgente de Makhno e a Revolta de Kronstadt, ambos de forte inspiração anarquista. No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição no governo.

Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente arrasada, com graves problemas para recuperar sua produção agrícola e industrial. Visando promover a reconstrução do país, Lenin criou, em fevereiro de 1921, a Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN, encarregada da coordenação geral da economia do país. Pouco tempo depois, em março de 1921, adaptou-se um conjunto de medidas conhecidas como Nova Política Econômica ou NEP. Entre as medidas tomadas pela NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país. O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre setores considerados vitais para a economia: o comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.

O Governo Operário na União Soviética

Desde 1918, após uma tentativa de assassinato de Lenin no mês de agosto com a participação de membros do partido Socialista, encarregou-se de combater as facções de oposição no interior do Partido e de garantir os postos importantes da administração estatal para pessoas da inteira confiança do regime, o que foi por ele utilizado para impor à administração interna a hegemonia do seu grupo pessoal.
Em dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, ocorrendo a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União, cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas.
Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função dechefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros.
Paralelamente a essa estrutura formal, estava o Partido Comunista, que controlava, efetivamente, o poder da URSS. Sua função era controlar os órgãos estatais, estimulando sua atividade e verificando sua lealdade e manter os dirigentes em contato permanente com as massas. Também assegurava à população a difusão das ideologias vindas da alta cúpula.

A ascensão de Stálin

Lênin, o fundador do primeiro Estado socialista, morreu em janeiro de 1924. Teve início, então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético. Num primeiro momento, entre os principais envolvidos nesta disputa pelo poder figuravam Trotski e Stalin.
Trotski defendia a tese da revolução permanente, segundo a qual o socialismo somente seria possível se fosse construído à escala internacional. Ou seja, a revolução socialista deveria ser levada à Europa e ao mundo.
Opondo-se a tese trotskista, Stalin defendia a construção do socialismo num só país. Pregava que os esforços por uma revolução permanente comprometeriam a consolidação interna do socialismo na União Soviética.
A tese de Stalin tornou-se vitoriosa[14]. Foi aceita e aclamada no XIV Congresso do Partido Comunista.
Trotski foi destituído das suas funções como comissário de guerra, expulso do Partido e, em 1929deportado da União Soviética[5]. Tempos depois, em 1940, foi assassinado no México, a mando de Stalin, por um agente de segurança soviético, que desferiu no antigo líder do Exército Vermelho golpes de picareta na cabeça.

O governo de Stálin

A partir de dezembro de 1929, Stalin converteu-se no ditador absoluto da União Soviética. O método que utilizou para a total conquista do poder político teve como base a sua habilidade no controle da máquina burocrática do Partido e do Estado, bem como a montagem de um implacável sistema de repressão política de todos os opositores[14]. Desse modo, Stalin conseguiu eliminar do Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado todos os antigos dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes companheiros de Lénin, como Zinoviev, Bukharin, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.
Depois de presos e torturados, os opositores de Stalin eram forçados a confessar crimes de espionagem que não haviam praticado. E, assim, conhecidos patriotas eram executados como traidores da pátria. Era a farsa jurídica que caracterizou as chamadas depurações.
Durante o período stalinista (1924 - 1953) calcula-se que o terror político soviético foi responsável pela prisão de mais de cinco milhões de cidadãos e pela morte de mais de 23 milhões de pessoas.[16]
Houve êxito na reconstrução do país e na elevação do nível econômico e cultural da população soviética tornando a URSS, juntamente com os Estados Unidos da América, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) uma das superpotências mundiais.[17]
Com a vitória dos aliados sobre o eixo nazi-fascista que foi formado pelos paises; AlemanhaJapão e Itália, a União Soviética, o principal oponente da Alemanha na Europa passou a dispor de enorme prestígio internacional, mas teve enormes perdas humanas e materiais. O governo de Stalin terminou com sua morte no ano de 1953.[17]