domingo, 29 de julho de 2012

Atividade 3 - Segundos Anos


  •   Leia o texto e faça as atividades propostas:

A Revolução Francesa e As Mulheres

De um lado, a rainha da França. De outro, as mulheres do povo. Apesar de destinos diferentes, todas essas mulheres viveram a Revolução Francesa, e também foram protagonistas de uma era de incertezas.

Virar ícone de uma época – representar uma classe, um modo de pensar e de viver – é destino para poucas pessoas. Uma delas, sem dúvida, foi a austríaca Maria Antônia Josefa Johanna von Habsburg-Lothringen, ou simplesmente Maria Antonieta. O problema é que, dependendo de quem a julga, ela é vista de jeitos completamente diferentes. A controvérsia começou ainda na época de sua morte, no fim do século 18. De um lado, era tida como símbolo da arrogância e da insensatez da monarquia francesa. De outro, era admirada como uma mártir, quase uma santa, sacrificada por loucos que tinham se voltado contra a ordem sagrada das coisas.


Se Maria Antonieta virou ícone de uma época, quem realmente fez história foram as milhares de mulheres anônimas, que participaram da Revolução:

Não se conhece o número exato de mulheres-soldados durante o período revolucionário francês (1789-1799).  Há oitenta casos registrados nos arquivos parlamentares, militares e policiais, e informações biográficas esparsas sobre apenas quarenta e quatro. Entretanto, existem muitas referências em imagens e testemunhos da época. O deputado Grégoire (1750-1831) as elogiou oficialmente: “E vós, generosas cidadãs que participaram da sorte dos combates”. Essas constatações nos permitem supor que elas eram mais numerosas e bem integradas à vida militar do que pode parecer. Quase todas vinham de meios sociais modestos. Eram filhas de pequenos camponeses e artesãos, e tinham apelidos como Felicité Vai-de-bom-coração ou Maria Cabeça-de-pau. A maioria era muito jovem, como Ana Quatro-vinténs, que se alistou aos 13 anos, e aos 16 servia na artilharia montada.


Essas mulheres, anônimas ou não, não só lutaram na Revolução, como também acabaram simbolizando o ideal da República, na figura da Marianne:

Marianne é a figura alegórica (uma mulher) que representa a República Francesa, sendo portanto uma personificação nacional. Sob a aparência de uma mulher usando um barrete frígio, Marianne encarna a República Francesa e representa a permanência dos valores da república e dos cidadãos franceses: Liberté, Égalité, Fraternité (Liberdade, Igualdade e Fraternidade). Marianne é a representação simbólica da mãe pátria, simultaneamente enérgica, guerreira, pacífica e protectora e maternal.
Seja a “frívola” Maria Antonieta, as anônimas que lutaram na Revolução, ou mesmo a simbólica Marianne, a mulher esteve (e está) presente em todo o processo revolucionário do Século XVIII. E, dali em diante, nunca mais seria a mesma: saiu para o mercado de trabalho, passou a lutar por seus direitos, começou a votar e ser votada (Século XX), ser dona de seu nariz e se igualar aos homens, em direitos e deveres. Hoje, até nossa Presidente é uma mulher...
ATIVIDADES


1 – Sobre Maria Antonieta, leia este trecho:
Por trás desse mundo de diversão e festas, Maria Antonieta tinha que suportar muitas pressões. Os nobres que haviam sido excluídos do convívio com a rainha não paravam de caluniá-la. Segundo Caroline Weber, o jeito de Maria Antonieta reagir era manipular sua aparência. “Ela usava a moda como um instrumento político, como forma de aumentar ou sustentar sua autoridade em momentos em que ela parecia estar sob risco, como nos sete anos que se passaram antes que ela tivesse um filho”, diz. Por meio de novas roupas, sapatos e penteados, a rainha se impôs, colocando-se acima de qualquer mulher francesa.
Observe o retrato da Rainha e responda: Maria Antonieta foi uma mulher ingênua ou muito esperta? Justifique sua resposta:


2 – Sobre a participação das mulheres na Revolução Francesa, observe este trecho da Marselhesa, o Hino da Revolução, que atualmente é o Hino da França, e responda:

Ouvis nos campos rugirem
Esses ferozes soldados?
Vêm eles até nós
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!

http://www.vagalume.com.br/hinos/hino-da-franca-a-marselhesa-traducao.html#ixzz21TVxCSLg
Você acha que apenas oitenta mulheres lutaram durante a Revolução Francesa? Justifique sua resposta:
Observação: se precisar de mais dados para sua resposta, você pode ver o texto sobre as mulheres na Revolução Francesa aqui:


3 – A última questão é sobre a Marianne, símbolo da liberdade francesa, responda:

a) Desde 1968, oito mulheres famosas emprestaram seus traços para a representação da Marianne. Quem foram elas?



b) o que é e o que significa o barrete frígio?


sábado, 28 de julho de 2012

O Período 1914/1930


A nível mundial, o período entre 1914 e 1930 foi marcado por grandes transformações, e o Brasil não ficou de fora.

Primeira Guerra Mundial (1914/1918): foram apenas quatro ano, mas que mudaram o mundo. Entre 1914 e 1918, as nações da Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano) e da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia – até 1917 - e Estados Unidos – após 1917) estiveram em Guerra, e nela morreram cerca de 20 milhões de pessoas. Além das mudanças no mapa da Europa, essa Guerra também marcou o declínio do poder europeu,e a ascensão dos Estados Unidos. A população europeia diminuiu, a mulher começou a trabalhar fora e as famílias se reduziram. E, finalmente, foram criadas novas tecnologias, como o tanque de guerra, o avião e o submarino, por exemplo.

Genocídio Armênio: entre 1915 e 1917, o povo armênio, que vivia no Império Turco-Otomano, foi sistematicamente assassinado, acusados de apoiar a Rússia, na Guerra. Cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos, nesse período, no primeiro grande genocídio do Século XX.

Revolução Russa: a Rússia já vinha enfrentando problemas econômicos, políticos e sociais desde antes da Grande Guerra. Em 1905, houve um anúncio do que viria a seguir e em 1918, a situação chegou ao limite, com a eclosão da Revolução Russa. Os bolcheviques, liderados por Lênin, tomaram o poder, depuseram o Czar Nicolau II e transformaram um país praticamente feudal, numa potência socialista, que passou a ser chamada de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.).

Tratado de Versalhes: com o término da Guerra, as potências vencedoras se reuniram em Versalhes (França), e decidiram o futuro da Europa. Esse Tratado se baseou nos 14 Pontos sugeridos pelo Presidente Woodrow Wilson, dos EUA, entre eles, a devolução da Alsácia e da Lorena para a França, fim do Império Austro-Húngaro e do Império Turco-Otomano, criação da Polônia e da Iugoslávia e criação da Liga das Nações. A Alemanha foi considerada culpada pela Guerra, e sofreu pesadas sanções, entre as quais perda de colônias, pagamento de 269 bilhões de marcos a título de indenização e desmilitarização forçada.

Gripe Espanhola: como se não bastasse a mortalidade causada pela Guerra, em 1918 e 1919, o mundo foi varrido pela Gripe Espanhola, grande pandemia que ceifou a vida de milhões de pessoas, no mundo todo (calcula-se que entre 50 e 100 milhões de mortos). Somente no Brasil, morreram cerca de 300 mil pessoas, incluindo o Presidente Rodrigues Alves, que foi eleito, mas morreu antes de tomar posse.

Império Turco-Otomano: em 1922, esse Império deixou de existir e, em seu território, surgiram a Turquia, o Egito, a Arábia Saudita, a Síria, o Líbano, o Iraque e outros. Foi nesse período também, que surgiu o ressentimento dos povos muçulmanos contra ingleses e franceses, vencedores da Guerra.

A Década de 20: o mundo na década de 20 já era bem diferente do mundo anterior à Grande Guerra (1914/1918). O Socialismo começou a se espalhar pelo mundo (no Brasil, o Partido Comunista foi criado em 1922), a mulher começou a se emancipar, as artes sofreram influência do período de guerra, e os meios de comunicação foram se modernizando (o rádio foi 'inaugurado' em 1922 e o cinema mudo chegou ao fim em 1928).


Socialismo: em 1918, a Família Real Russa foi executada, e até 1922, houve uma guerra entre os exércitos vermelho (adeptos do Socialismo) e branco (queriam a volta do Czarismo). Em 1922, foi criada a União Soviética, com a anexação da Bielorrússia e da Ucrânia, entre outras. Em 1924, Lênin morreu, e Stálin e Trotsky passaram a lutar pelo poder. A vitória foi de Stálin, e Trótsky fugiu para o México, onde seria executado em 1940. Stálin governou a União Soviética entre 1927 e 1953 e criou os Planos Quinquenais:
1º Plano Quinquenal (1928/1932): nesse período, preocupou-se com a agricultura e com a indústria siderúrgica e eletricidade;
2ºPlano Quinquenal (1933/1937): continuou dando atenção à indústria pesada, mas também passou-se a dar atenção a indústrias de bens de consumo. No setor rural, surgiram pequenas propriedades particulares;
3º Plano Quinquenal (1938/1942): não chegou a ser concluído, devido à Segunda Guerra.

Emancipação Feminina: desde o Século XIX, as mulheres já lutavam por maiores direitos, principalmente no Reino Unido e nos EUA. Aquelas que lutavam pelo direito de voto eram chamadas de suffragettes (sufrágio é voto). Nos Estados Unidos, as mulheres conquistaram o direito de votar em 1919, e no Reino Unido, em 1928. No Brasil, as mulheres ganharam esse direito em 1932. Mas, além do direito de votar, a mulher queria mais, e a Grande Guerra acabou forçando as mulheres a trabalhar, enquanto os homens lutavam. Assim, na década de 20, as mulheres começaram a mudar seu visual, cortando os cabelos, encurtando as saias, fumando, usando maquiagem e até mesmo calças, antes usadas apenas por homens.

Cubismo e Surrealismo: o Cubismo teve início em 1907, quando o pintor Pablo Picasso (1881/1973) pintou Les demoiselles d'Avignon, inspirado em máscaras africanas. O Cubismo procurava representar as figuras em 3D, numa superfície plana. Em 1917, o poeta Guillaume Apollinaire (1886/1918), ligado ao Cubismo, criou a palavra Surrealismo, para a nova arte que estava surgindo no Pós-Guerra. O Surrealismo foi influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmundo Freud (1856/1939) e seu líder maior foi o poeta André Breton (1896/1966). Seus mais famosos seguidores foram Antoin Artaud (teatro), Luís Buñuel (cinema), Max Ernst, René Magritte e Salvador Dali (artes plásticas). Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, buscando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.

Semana de Arte Moderna: a arte brasileira foi sacudida pela Semana de Arte Moderna. Entre 13 e 17 de fevereiro, artistas brasileiros organizaram uma mostra de arte, cujo objetivo era trazer novas tendências, atualizar a arte, mesclar tendências brasileiras e estrangeiras, revolucionando o mundo artístico. Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade (1893/1945)Oswald de Andrade (1890/1954)Víctor Brecheret (1894/1955)Anita Malfatti (1889/1964)Menotti Del Pichia (1892/1988), Heitor Villa-Lobos (1887/1959)Di Cavalcanti (1897/1976) entre outros. Essa Semana influenciou o Movimento Pau-Brasil (1924) e no Movimento Antropofágico (1928). Além de Mário e Oswald de Andrade, esses movimentos tiveram a presença de Tarsila do Amaral (1886/1973).

Rádio e Cinema: o cinema era mais antigo (1895), mas até 1928, os filmes eram mudos. Somente neste ano, é que começou a ter som, e muitos artistas perderam o emprego, por não terem vozes apropriadas. Os nomes mais famosos daqueles tempos foram Charles Chaplin (o Carlitos), Buster Keaton, Harold Lloyd, Theda Bara, Pola Negri, Gloria Swanson, Mary Pickford, Douglas Fairbanks, Rodolfo Valentino e D. W. Griffith (Diretor). A primeira transmissão de rádio, no Brasil, aconteceu em 1922. Mas até 1930, o rádio era um meio de comunicação da elite, pois era caro, e dependia de eletricidade, o que muitos ainda não tinham. Assim, surgiram as rádio clubes, que eram mantidas por pessoas ricas, que emprestavam seus discos para tocar na programação, que era voltada à música erudita, óperas, valsas e outros ritmos. O maior cantor de ópera dessa época foi Enrico Caruso.

Tenentismo: na década de 20, os tenentes brasileiros realizaram diversas ações contra o Governo da República Velha, que ficaram conhecidas como Tenentismo. A primeira revolta foi a dos 18 do Forte, em 1922. Ela eclodiu quando o Presidente Artur Bernardes ordenou a prisão do Marechal Hermes da Fonseca, Presidente do Clube Militar e Ex-Presidente. Os tenentes do Rio de Janeiro se revoltaram e se amotinaram no Forte de Copacabana. Ao final, sobraram 18 militares, que marcharam pelo calçadão de Copacabana e foram fuzilados, restando apenas dois: Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Dois anos depois, eclodiu a segunda revolta, desta vez em São Paulo, e coordenada por Juarez Távora, Miguel Costa e Eduardo Gomes, entre outros. Os revoltosos combateram em São Paulo, e depois se dirigiram para o Sul. Se encontraram com outro grupo, liderado por Luís Carlos Prestes, em Foz do Iguaçu (PR), e deram origem à Coluna Prestes. Composta por cerca de 1500 homens, a Coluna Prestes percorreu 25 mil quilômetros, passando por 11 estados. O objetivo dos tenentes era fazer com que o povo percebesse os desmandos da República Velha e pusesse fim a ela. Durou dois anos, e acabou saindo do Brasil, para evitar a prisão. Luís Carlos Prestes foi chamado de “Cavaleiro da Esperança”.

A Crise de 1929: com o advento da Grande Guerra, os Estados Unidos prosperaram, vendendo muito para a Europa, que tinha suas fábricas paralisadas. Assim, os Anos 20 foram de grande crescimento econômico: as cidades se enchendo de arranha-céus, a vida noturna ficava cada vez mais agitada, o charleston animava as festas da elite, as indústrias cresciam seguindo as ideias do Fordismo e do Taylorismo, e os automóveis e eletrodomésticos entraram para o dia-a-dia da população. Mas essa euforia teve um preço: em 1929, houve uma crise de superprodução (produzia-se mais que se vendia), e a Bolsa de Valores de New York entrou em colapso. O resultado foi catastrófico: milhares de empresários e banqueiros faliram, milhares de desempregados, pessoas passando fome, e acrise se alastrando para o mundo todo, inclusive o Brasil...

Regimes Totalitários: quando Adam Smith criou o Liberalismo, a burguesia concluiu que encontrara a fórmula do sucesso: os governos não deveriam se envolver na economia (laissez-faire). Mas, com o advento da Guerra, essa fórmula caiu por terra, e os governantes, acreditando que o Liberalismo era o maior culpado da Guerra, passaram a controlar não só a economia, como até a vida de suas populações. Nasciam assim, os regimes totalitários: Stalinismo (URSS), Nazismo (Alemanha), Fascismo (Itália), Franquismo (Espanha), Salazarismo (Portugal), Getulismo (Brasil) e Peronismo (Argentina). Os regimes ou movimentos totalitários mantêm o poder político através de uma  propaganda abrangente, divulgada através dos meios de comunicação controlados pelo Estado, um partido único, que é muitas vezes marcado por culto de personalidade (Hitler, Mussolini, Franco, Salazar, Vargas e Perón), o controle sobre a economia, a regulação e restrição da expressão, a vigilância em massa e o disseminado uso do terrorismo de Estado.

Grandes Líderes: Josef Stálin (1878/1953), Adolf Hitler (1889/1945), Benito Mussolini (1883/1945), Francisco Franco (1892/1975), Antonio Salazar (1889/1970), Getúlio Vargas (1882/1954), Juan Perón (1895/1974), Franklin Roosevelt (1882/1945), Winston Churchill (1874/1965)