quarta-feira, 2 de abril de 2014

Vídeo Segundos Anos - Visões do Paraíso (Colonização)


Vídeo Primeiros Anos - O Egito


Texto 4 - O Renascimento Artístico (2º A, B, C, D e E)


Com o Renascimento Comercial e Urbano, também aconteceu o Renascimento Cultural e Científico. Ele marcou o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, sendo dividido em três fases:

1) Trecento (Século XIV): aconteceu nas cidades italianas, principalmente em Florença, Pisa e Siena. O comércio dinamizava a vida local, e a burguesia começava a pensar de forma diferente, optando também por diferentes formas de arte. Os nomes famosos nessa época foram Giovanni Boccaccio (1313/1375, Decameron) e Dante Alighieri (1265/1321, A Divina Comédia), e a Família Médici dominava a cidade italiana. Uma das características desse período foi o Racionalismo: manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus.

2) Quattrocento (Século XV): nesse período, o Renascimento começou a se espalhar pela Europa. Foi uma época de busca de velhos manuscritos, como De architectura, de Vitrúvio, discursos de Cícero e outros, além daqueles trazidos pelos muçulmanos para a Península Ibérica: Aristóteles, Ptolomeu (clássicos), Avicena e Averróis (muçulmanos), por exemplo. A invenção da imprensa, por Johannes Gutenberg (1398/1468) também contribuiu para a maior divulgação das ideias renascentistas. Quando os turcos invadiram Constantinopla, muitos intelectuais migraram para as cidades italianas, e obras e pensamentos gregos foram junto, aumentando ainda mais a cultura da época, e favorecendo o florescimento de novas formas de pensar. Ideias dessa época: o Neoplatonismo (acreditava-se na perfeição humana e que se poderia ser feliz nessa vida), o Humanismo (o Homem era o centro do Universo, Antropocentrismo), o Naturalismo (o Universo é regido por leis naturais) e o Classicismo (valorização da cultura greco-romana). Milão e Nápoles também se tornaram centros culturais, e nomes como Leonardo Da Vinci (1452/1519), Rafael Sanzio (1483/1520), Michelangelo (1475/1564) e Sandro Botticelli (1445/1510) brilham até hoje. Também merece destaque Nicolau Maquiavel (1469/1527, autor de O Príncipe)

3) Cinquecento (Século XVI): nessa fase o Renascimento já se espalhara pela Europa, e Roma supera as demais cidades italianas, em poder econômico e cultural. Ticiano (1473/1576) é um artista desse período e o Maneirismo (estilo e um movimento artístico que se desenvolveu na Europa aproximadamente entre 1515 e 1600), um intermediário entre o Renascimento e o Barroco.

Renascimento na Europa
Países Baixos e Alemanha: Andreas Vesalius (1514/1564, médico anatomista belga) e Gerardo Mercator (1512/1594, matemático, geógrafo e cartógrafo flamengo), Jan van Eyck (1390/1441, pintor flamengo), Hieronymus Bosch (1450/1516, pintor e gravador holandês), Pieter Brueghel (1525/1569, pintor belga) e Mabuse (1478/1532, pintor flamengo), Albrecht Dürer (1471/1528, pintor alemão) e Hans Holbein (1497/1543, pintor alemão) e Erasmo de Roterdã (1466/1536, teólogo holandês, escreveu O Elogio da Loucura).


Portugal: Luis de Camões (1524/1580, escreveu Os Lusíadas)


Espanha: El Greco (1541/1614, pintor, escultor e arquiteto grego que fez fama na Espanha) e Miguel de Cervantes (1547/1616, escritor espanhol, autor de Dom Quixote)


Inglaterra: William Shakespeare (1564/1616, poeta e dramaturgo inglês, escreveu Romeu e Julieta, Hamlet, Othelo, Macbeth e outros)


França: François Rabelais (1494/1553, escreveu Gargântua e Pantagruel)
CINCO RENASCENTISTAS


Durante a Idade Média, pregava-se que o ser humano não era “nada”, se comparado a Deus, e para Ele é que deveriam ser todas as honras e todas as glórias. Mas, à medida que novos textos eram lidos (muitos trazidos pelos árabes e bizantinos) e ideias incorporadas ao pensamento de então, mais isso foi mudando. Assim, muitos artistas, escritores, cientistas e pensadores, que antes não podiam se expressar, começaram a ter voz, no Renascimento. Aqui, selecionamos cinco deles, que tiveram destaque maior, apesar de não serem os únicos:
1) Dante Alighieri (1265/1321): o autor da Divina Comédia (1304/1321) mudou a literatura italiana e mundial com sua obra, influenciando outros escritores e artistas, pois fez “convergirem os aspectos sociais, filosóficos, religiosos, políticos e artísticos da Idade Média e do surgimento do Humanismo, um dos pilares da renascença” (Superinteressante 216a, agosto de 2005). Na sua busca pela amada Beatriz, Dante conta com a ajuda de Virgílio, e a busca no Inferno, no Purgatório e no Paraíso. Também escreveu outras obras, como Vita Nova (1292/1293, sonetos sobre seu amor por Beatriz) e De Monarchia (1265/1321, onde expõe suas ideias políticas).
2) Leonardo Da Vinci (1452/1519): foi o “homem da renascença”, pois era pintor, escultor, arquiteto, inventor e desenhista, entre outras atribuições. Foi aluno de Andrea di Verrocchio (1435/1488), tendo superado o mestre, e conviveu com Lourenço de Médici (1449/1492), Ludovico Sforza (1452/1508), César Bórgia (1475/1507), o Papa Alexandre VI (1431/1503) e o rei Francisco I (1494/1547), da França, entre outros. Entre suas maiores obras estão A Anunciação (1472/1475), A Virgem dos Rochedos (1483/1486 e 1495/1508), O Homem Vitruviano (1490), A Última Ceia (1495/1497), A Virgem, O Menino, Sant'Ana e São João Batista (1499/1500), a Mona Lisa/La Gioconda (1503 a 1506) e Leda e O Cisne (1510/1515), entre outros. Também inventou diversos aparelhos mecânicos, que originariam o tanque de guerra e o helicóptero, por exemplo.
3) Nicolau Maquiavel (1469/1527): viveu em Florença, mas foi um grande diplomata, realizando a paz entre cidades italianas, o reino da França e outros, em seu tempo. Essa experiência lhe deu autoridade para escrever vários textos e livros sobre política, sendo que o mais importante e conhecido é O Príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532), onde enaltece Lourenço II de Médici (1492/1519) como exemplo de liderança. O capítulo mais conhecido é o 17, onde reflete sobre o que é mais importante: ser amado ou temido, que deu origem à expressão “os fins justificam os meios”.
4) Michelângelo Buonarroti (1475/1564): bem diferente de Leonardo Da Vinci (um era calmo e o outro tinha espírito rebelde), Michelângelo foi aluno dos irmãos Davi e Domenico Ghirlandaio, mas logo os superou. Foi um grande pintor, mas preferia as esculturas. Mesmo assim, destacou-se nos dois campos: na pintura, sua obra máxima foi o teto da Capela Sistina, onde pintou cenas bíblicas, de 1508 a 1511. E suas esculturas mais famosas foram a Pietá (1499), Davi (1504) e Moisés (1513 a 1515).
5) William Shakespeare (1564/1616): nascido em Stratford-upon-Avon e casado com Anne Hatthaway (1556/1623), com quem teve três filhos, Shakespeare é considerado o maior dramaturgo inglês, e um dos maiores do mundo. Em suas obras explorou a alma humana, de forma como nunca ninguém tinha feito. Essas peças eram apresentadas no Globe Theatre, célebre teatro elisabetano, do qual era sócio. Ele viveu num período de grande efervescência cultural (o governo de Elisabeth I – 1533/1603) e escreveu obras imortais, como Sonho de Uma Noite de Verão (1590), A Megera Domada (1590 a 1592), Romeu e Julieta (1591 a 1595), Hamlet (1599 a 1601), Macbeth (1603 a 1607), Rei Lear (1605) e Otelo, O Mouro de Veneza (1603), entre outras.



Texto 4 - Fenícios, Persas e Hebreus - Paula de Almeida Franco (1º E e F)

Fenícios
Os fenícios se instalaram na região do Mediterrâneo por volta de 3000 a.C., onde hoje é o Líbano e parte da Síria. Eram organizados em cidades-estados independentes, ou seja, cada cidade-estado tomava as suas próprias decisões. Assim, era comum a rivalidade entre elas. Suas principais cidades eram BiblosSidonTiro.
Durante o apogeu da cidade de Tiro, os fenícios atingiram o norte da África, fundando Cartago, que seria grande rival de Roma.
Para que o intenso comércio ganhasse agilidade e eficiência era necessário uma forma escrita menos complexa que os hieróglifos. Assim, os fenícios inventaram o alfabeto, com 22 letras que mais tarde foi incorporado pelos gregos e romanos. Os romanos por sua vez criaram o latim e este deu origem a diversas outras línguas, como a nossa língua portuguesa.
O declínio de Tiro e dos fenícios de forma geral deu-se pela concorrência com os gregos e cartagineses (é sempre bom lembrar que apesar de estudarmos separadamente as civilizações, muitas delas conviveram e interagiram umas com as outras).
Hebreus
Os hebreus tiveram a sua origem na Mesopotâmia (Abraão) e migraram para a região da Palestina (Canaã), onde se localiza a parte atual do Estado de Israel. Uma das principais fontes para se conhecer a história desse povo é o Antigo Testamento (primeira parte da Bíblia). Durante sua História, foram governados pelos patriarcas (Abraão, Isaac, José e Moisés), juízes (Sansão) e reis (Davi e Salomão).
Mais tarde os hebreus passaram a ser chamados de judeus, e o Judaísmo é a religião monoteísta que criaram, adotando a Lei Mosaica (Dez Mandamentos) e o Torá como livro sagrado.
Durante sua História, foram escravizados pelos egípcios, babilônios, persas e romanos, sendo que em se dispersaram pelo Império Romano e pelo mundo, reunindo-se novamente em 1948, no Estado de Israel.

Persas
Império Persa dominou a Mesopotâmia no século VI a.C. sob o comando de Ciro, que em apenas vinte anos estendeu o seu domínio pela Ásia Menor e Babilônia. Depois dele, os persas dominaram o Egito e chegaram à Grécia. Mais tarde, foram dominados pelos macedônicos, liderados por Alexandre, O Grande.
Eram notáveis administradores e sua religião era o Zoroastrismo, que possui seguidores até hoje.



quarta-feira, 12 de março de 2014

Texto 3 - O SÉCULO XIX – 1835/1865 (3º A, B, C e D)

1837 – Início do Reinado da Rainha Vitória, na Inglaterra e, consequentemente, da Era Vitoriana.

Era Vitoriana foi o período no qual a Rainha Vitória reinou sobre a Inglaterra, no século XIX, durante 63 anos, de junho de 1837 a janeiro de 1901. Vitória deu início a uma prolongada etapa de progresso pacífico, conhecida como Pax Britannica, sustentada pelos ganhos obtidos com a difusão do empreendimento colonial da Inglaterra Imperialista no exterior, e pelo ápice da Revolução Industrial, que propiciou a criação de novas técnicas engenhosas. Este avanço deu impulso ao desenvolvimento de uma camada social média e ilustrada.

1838 – Movimento Cartista, na Inglaterra. Ocorre a Sabinada, na Bahia.

O Cartismo caracteriza-se como um movimento social inglês que se iniciou na década de 30 do Século XIX. Inicialmente fundou-se na luta pela inclusão política da classe operária, representada pela associação Geral dos Operários de Londres. Teve como principal base a carta escrita pelos radicais William Lovett e Feargus O'Connor intitulada Carta do Povo, e enviada ao Parlamento Inglês.
A Sabinada foi uma revolta autonomista à época do Brasil Império. Ocorreu entre 6 de novembro de 1837 e 16 de março de 1838, na então Província da Bahia.

1839 – Começa a Guerra do Ópio entre a China e a Inglaterra.

As Guerras do Ópio, ou Guerra Anglo-Chinesa foram conflitos armados ocorridos entre a Grã-Bretanha e a China nos anos de 1839-1842 e 1856-1860.

1840 – Início do Segundo Reinado – D. Pedro II assume o trono, com o Golpe da Maioridade.

1845 – Fim da Guerra dos Farrapos. Bill Aberdeen: Lei que autorizava os navios ingleses a prender ou afundar os navios negreiros.


Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.

1848 – Revoluções de 1848. Manifesto Comunista de Marx e Engels.

Série de revoluções na Europa Central e Oriental que eclodiram em função de regimes governamentais autocráticos, de crises econômicas, do aumento de condição financeira e da falta de representação política das classes médias e do Nacionalismo despertado nas minorias da Europa Central e Oriental, que abalaram as monarquias da Europa, onde tinham fracassado as tentativas de reformas políticas e econômicas. Também chamada de Primavera dos Povos, este conjunto de revoluções, de caráter liberal, democrático e nacionalista, foi iniciado por uma crise econômica na França, e foi a onda revolucionária mais abrangente da Europa, embora em menos de um ano, forças reacionárias tomaram novamente o controle e as revoluções em cada nação foram dissipadas. Cerca de 50 países foram afetados, mas as revoluções eram locais e não havia uma coordenação entre elas. Os levantes foram liderados por uma mistura de reformadores, de membros da classe média e de trabalhadores, que não se mantiveram unido por muito tempo. As mudanças significantes que duraram após esses levantes foram a abolição da servidão na Áustria e Hungria, fim do absolutismo monárquico na Dinamarca e o fim definitivo da monarquia carolíngia na França. As revoluções foram mais importantes na França, Alemanha, Polônia, Itália e no Império Austríaco, mas não chegou a alcançar a Rússia, Grã-Bretanha, Espanha, Suécia, Portugal ou o Império Otomano.
O Manifesto Comunista (Das Kommunistische Manifest), originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista, publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é historicamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga. Foi escrito no meio do grande processo de lutas urbanas das Revoluções de 1848, que reivindicavam diminuição da jornada diária de trabalho de 12 para dez horas e o voto universal, embora apenas para os homens. Sua frase mais conhecida é Proletários de todos os países, uni-vos!

1850 – Lei Eusébio de Queiros: Proibia a entrada de africanos escravizados no Brasil. Aprovada a Lei de Terras, no Brasil.

Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país, o governo se viu pressionado a organizar esta questão.
A criação desta Lei transforma a situação na época porque garantiu os interesses dos grandes proprietários do Nordeste e do Sudeste que estavam iniciando a promissora produção do café. Definiu que: as terras ainda não ocupadas passavam a ser propriedade do Estado e só poderiam ser adquiridas através da compra nos leilões mediante pagamento à vista, e não mais através de posse, e quanto às terras já ocupadas, estas podiam ser regularizadas como propriedade privada.

1851 – Guerras no Prata (1851/1852) - Campanha contra Oribe (Uruguai) e Rosas (Argentina).

1855Conferência de Berlim, na qual a África foi dividida entre seus colonizadores (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Bélgica, Portugal, Alemanha, etc) sem respeitar a história e a relação étnica entre seus povos, fator que explica diversos conflitos existentes até hoje entre etnias distintas. Nesse evento, a Alemanha do Chanceler Otto von Bismarck pôde obter regiões da África, pois até então não as possuía.

1857Ataque incendiário da polícia causa morte de cento e vinte e nove operárias da fábrica Cotton, em Nova Iorque que levou anos mais tarde à criação do Dia Internacional da Mulher. Publicado "O Livro dos Espíritos", por Allan Kardec, na França (trata-se do primeiro livro da codificação do Espiritismo).

1859 – Charles Robert Darwin publica seu livro "A Origem das Espécies".

1861Início da Guerra Civil Americana (1861–1865).

Guerra Civil Americana, também conhecida Guerra de Secessão ou simplesmente Guerra Civil dos Estados Unidos, foi uma guerra civil travada entre 1861 e 1865 nos Estados Unidos depois de vários estados escravistas do sul declararem sua secessão e formarem os Estados Confederados da América (conhecidos como "Confederação" ou "Sul"). Os estados que não se rebelaram ficaram conhecidos como "União" ou simplesmente "Norte". A guerra teve sua origem na controversa questão da escravidão, especialmente nos territórios ocidentais. As potências estrangeiras não intervieram na época. Após quatro anos de sangrentos combates que deixaram mais de 600 mil soldados mortos e destruíram grande parte da infraestrutura do sul do país, a Confederação entrou em colapso, a escravidão foi abolida, um complexo processo de reconstrução começou, a unidade nacional retornou e a garantia de direitos civis aos escravos libertos começou.

1862Homestead Act, nos EUA

A Lei da Propriedade Rural (em inglês, Homestead Act) foi uma lei dos Estados Unidos da América criada pelo presidente Abraham Lincoln no dia 20 de maio de 1862.
Grandes contingentes de imigrantes europeus participaram da ocupação do vasto oeste americano e sem eles essa conquista não se realizaria. Para atrair imigrantes, o governo norte-americano decretou, em 1862, o Homestead Act, que definia a posse de uma propriedade com 160 acres (65 hectares) a quem a cultivasse por cinco anos. Essa lei fez aumentar muito o fluxo de imigrantes europeus para os Estados Unidos.
A Conquista do Oesteque teve início com a compra da Louisiana e terminou com a compra do Sul do Arizona, em 1853coincidiu com o período de industrialização dos E.U.A. Esta lei contribuiu decisivamente para o sonho dos americanos: até o século 19, cerca de 600 mil fazendeiros receberam 80 milhões de acres.
Cultura – 1835/1865

Artes Plásticas

Delacroix (1798/1863), Ingres (1780/1867), Manet (1832/1883), Alma-Tadema (1836/1912)

1848 – Irmandade Pré-Rafaelita (Dante Gabriel Rossetti, William Holman Hunt e John Everett Millais)

Arquitetura

Georges-Eugène Haussmann reconstrói Paris (1853/1870)

Música

Strauss (1825/1899), Liszt (1811/1886), Chopin (1810/1849), Gounod (1818/1893), Wagner (1813/1883), Bizet (1838/1875) e Verdi (1813/1901)
Jacques Offenbach (1819/1880) – Can Can Music (1858)
Literatura

Hans Christian Andersen (1805/1875) – A Pequena Sereia (1837)
Charles Dickens (1812/1870) – Oliver Twist (1837/1839) e Um Conto de Natal (1843)
Edgar Allan Poe (1809/1849) – O Corvo (1845)
Alexandre Dumas (1802/1870) – O Conde de Monte Cristo (1844)
Joaquim Manoel de Macedo (1820/1882) – A Moreninha (1844)
Emily Brontë (1818/1848) – O Morro dos Ventos Uivantes (1847)
Alexandre Dumas Filho (1824/1895) – A Dama das Camélias (1848)
Gustave Flaubert (1821/1880) - Madame Bovary (1857)
Charles Darwin (1809/1882) – A Origem das Espécies (1859)
Lewis Carroll (1832/1898) – Alice No País das Maravilhas (1862)
Julio Verne (1828/1905) – Cinco Semanas Em Um Balão (1863), Viagem Ao Centro da Terra (1864)
Victor Hugo (1802/1885) – Os Miseráveis (1862)
José de Alencar (1829/1877) – O Guarani (1857), Lucíola (1862), Iracema (1865)
Karl Marx (1818/1883) – Manifesto Comunista (1848), Salário, Preço e Lucro (1865)

Invenções e Descobertas

Saxofone (1840), isolamento do Urânio (1841), máquina de costura e basebol (1846), ácido acético/vinagre (1847), Cervejaria Petrópolis, primeira cervejaria brasileira (1853), primeira ferrovia brasileira (1854), Antonio Meucci (1808/1889) faz a primeira demonstração do telefone (1860), metralhadora (1861), futebol (1863)
Moda

A mentalidade do Romantismo vislumbrava uma fuga a realidade humanística, em que prevalecia a imaginação ao espírito crítico. Era a época dos contos de fadas, da música lírica de Schumman, Schubert, Liszt e Chopin (XIMENES, 2009, p.54)


Texto 3 - Grandes Navegações (2º A, B, C, D e E)

Introdução
Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais: descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.
Os Objetivos
No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais – Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do Oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as Navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época (saiba mais em Absolutismo e Mercantilismo).
Pioneirismo português
Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.
Planejamento das Navegações
Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.
Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.
Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.
Navegações portuguesas e os descobrimentos
No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano (périplo africano), Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o Oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.
Outro importante feito foi a chegada das caravelas de
Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.
Em função destes acontecimentos,
Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.
Navegações Espanholas
A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês Cristovão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste (“Rumo al Ponente”). Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao Oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os índios da América (maias, incas e astecas), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.


ATIVIDADE


1) Crie duas linhas do tempo, uma das navegações portuguesas e outra das navegações espanholas. Procure outras datas que não estão no texto, para que as linhas fiquem mais completas:


2) Interprete esse trecho do poema Mar Portuguez, de Fernando Pessoa (1888/1935):



Texto 3 - As Primeiras Civilizações (1º E e F)

Por volta do ano 4000 a.C., teve início a História. Ela aconteceu, primeiramente, em civilizações que se desenvolveram a margem de grandes rios (Civilizações hidráulicas):
1) A Mesopotâmia – rios Tigre e Eufrates;
2) O Egito – Rio Nilo;
3) A Índia – Rio Indo;
4) A China – Rio Amarelo (Huang Ho).


Além da escrita e dos grandes rios, essas civilizações tinham outras características em comum:
a) O líder (faraó, rei, patesi, etc.) tinha uma relação íntima com os deuses – teocracia;
b) A classe religiosa era muito poderosa;
c) Faziam-se grandes monumentos (pirâmides, zigurates, Grande Muralha da China);
d) Tudo era propriedade do líder;
e) A base da economia era a agricultura e a pecuária;
f) Praticavam o Modo de Produção Asiático (camponeses 'presos' à terra comunal).


1) Mesopotâmia: essa palavra significa “terra entre rios”, porque as cidades se desenvolveram entre os rios Tigre e Eufrates. Vários povos viveram ali, e desenvolveram suas cidades e sua cultura: sumérios (Ur, Uruk, Lagash, etc.), acadianos (Agade), amoritas (Babilônia) e assírios (Assur e Nínive, entre outros). As maiores contribuições desses povos foram a escrita (cuneiforme), o desenvolvimento da astronomia e astrologia, as leis (Código de Hamurábi) e a arquitetura (Jardins Suspensos da Babilônia). Cultuavam vários deuses, como Ishtar e Nanna, por exemplo. Cultivavam trigo e já faziam roupas de lã.
2) Egito: essa civilização desenvolveu-se às margens do Rio Nilo, que possui mais de 6 mil km de extensão. Por volta de 3000 a.C., um faraó, chamado Menés, teria unificado o Alto e o Baixo Egito (faraó significa “casa grande”). No Antigo Império, foram construídas as Pirâmides do Egito (Quéops, Quéfren e Miquerinos), que quase levaram o país à falência. No Médio Império, houve a invasão dos hicsos, que introduziram o uso do cavalo e a utilização do ferro na cultura egípcia, e no Novo Império houveram faraós conhecidos, como Hatshepsut (mulher faraó), Aquenaton (religião monoteísta), Nefertite (mulher de Aquenaton) e Tutancâmon (única tumba preservada). Seus deuses possuíam cabeças de animais, como Hórus, Hátor, Anúbis, Bastet, etc. Cultivavam trigo e criavam vacas e gatos.
3) Índia: às margens do Rio Indo surgiu uma civilização que foi batizada de harapense, pois suas duas maiores cidades foram Harapa e Mohenjo-Daro. Pouco se sabe dessa civilização, apesar de que suas cidades eram muito bem estruturadas, com água encanada, sistema de esgotos e coleta de lixo, milhares de anos antes de Cristo. Usavam roupas de algodão e objetos de cobre.

4) China: os chineses construíram pequenos povoados às margens do Rio Amarelo: Banpo e Erlitou. Cerca de 600 pessoas moravam em casas de taipa e junco, e se alimentavam com amoras, avelãs e pinhões, além de comerem carne de porco e cães. Criavam bichos-da-seda para fazer suas roupas. A primeira Dinastia chinesa foi a Chiá e a segunda foi a Dinastia San. Nessa época já começaram a cultivar o arroz.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O SEGUNDO REINADO (Texto 2 - 3º A, B, C e D)

Introdução

O Segundo Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao Governo de D. Pedro II (1840/1889). O Governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas mudanças sociais, política e econômicas no Brasil.

Política no Segundo Reinado

Disputa entre o Partido Liberal e o Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois eram elitistas. O imperador escolhia o Presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos e até atos violentos para garantir a eleição.
Guerra do Paraguai
Conflito armado em que o Paraguai enfrentou a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) com apoio da Inglaterra. Durou entre os anos de 1864 e 1879 e levou o Paraguai a derrota e a ruína.
Ciclo do Café
Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno. Os fazendeiros (barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do produto. As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros do café foi investida na indústria, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o processo de industrialização do Brasil.

Imigração

Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão-de-obra nos cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão-de-obra escrava que, devido as pressões da Inglaterra, começava a entrar em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista, também foram para as grandes cidades do Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias.

Questão abolicionista
- Lei Eusébio de Queiroz (1850): extinguiu oficialmente o tráfico de escravos no Brasil
- Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os filhos de escravos nascidos após a promulgação da lei.
- Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos escravos ao completarem 65 anos de idade.
- Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão no Brasil.
Crise do Império
A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880. Esta crise pode ser entendida através de algumas questões:
a) Interferência de D.Pedro II em questões religiosas (descontentamento da Igreja Católica);
b) Críticas do Exército Brasileiro, descontente com a corrupção existente na Corte;
c) A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país e passou a apoiar a implantação da República no país;
d) Descontentamento dos proprietários rurais, que queria maior poder político e estavam descontentes com a libertação dos escravos.
Fim da Monarquia e a Proclamação da República
Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, destituiu o Conselho de Ministros e seu Presidente e assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um Governo Provisório.



O CAPITALISMO (Texto 2 - 2º A, B, C, D e E)

Origens
Encontramos a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o Renascimento Urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através de atividades comerciais.
Neste contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista : lucro, acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios.
Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo
Este período se estende do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão começar um ciclo de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento e o acúmulo de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes características capitalistas : busca do lucro, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais.
Segunda Fase: Capitalismo Industrial
No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudança trouxe benefícios (queda no preço das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período.
O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão-de-obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas a vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato.
Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como Neocolonialismo. As populações destes continentes, foram dominadas a força e tiveram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos europeus. Eram também forçados a trabalharem em jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas europeias.
Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.
Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vários países, mantendo um comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do comércio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancário e financeiro são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico atual.


ATIVIDADE


* Explique, com suas palavras, as três fases do Capitalismo:

Choque de Civilizações: 20 anos 01/11/2013 – Marcos Troyjo (Texto 2 - 1º E e F)

Há 20 anos, a prestigiosa revista "Foreign Affairs" publicava um dos mais importantes artigos de sua nonagenária história: "Choque de Civilizações", de Samuel Huntington, cientista político de Harvard, falecido em 2008.
Argumento central: conflitos pós-queda do Muro de Berlim seriam engendrados sobretudo por diferenças culturais. Percorremos em 500 anos a trajetória de confrontação entre príncipes, Estados-Nação, ideologias e, finalmente, civilizações.
A teoria do "choque" explicaria a guerra na ex-Iugoslávia, o 11 de Setembro e atentados em Madri (2004) e Londres (2005). Serviu de "fermento" à Guerra ao Terror e incursões dos EUA no Iraque e Afeganistão.
Desferiu duro golpe nos entusiastas da globalização. Demarcou limites ao otimismo de que economia de mercado e democracia representariam objetivos universais. Eclipsou, assim, a tese do "Fim da História", apresentada por Francis Fukuyama em 1989.
Talvez apenas "As Fontes da Conduta Soviética" supere o "Choque" em impacto histórico de um artigo sobre política mundial. Publicado em 1947 também na Foreign Affairs pelo ministro-conselheiro da embaixada dos EUA em Moscou, George Kennan (à época sob o pseudônimo "X"), o texto forneceu substrato intelectual para a doutrina da contenção e o início da Guerra Fria.
Examinar o mundo pela lente do choque civilizacional continua valendo? A própria classificação de Huntington sobre quais seriam as civilizações é bastante controversa (identifica a América Latina, por exemplo, como algo em separado da civilização ocidental).
Ademais, tanto o 11 de Setembro como a Grande Recessão de 2008 parecem ter surtido efeito "regressivo" na escala de Huntington.
Testemunhamos em anos recentes verdadeiro renascimento do Estado-Nação como ator preponderante da cena mundial.
Por pressão de seu público --nacional e interno--, alguns ocidentais como Reino Unido, Espanha e Alemanha mostraram-se mais reticentes a cerrar fileiras em torno da cruzada contra o terror.
Na dimensão geoeconômica, acordos de comércio e investimento em gestação, como a Parceria Transpacífico, congregam atores tão civilizacionalmente distintos quanto Chile, EUA e Coreia do Sul.
E um dos principais temas do noticiário atual, a espionagem de grandes proporções efetivada pelos EUA, volta-se não apenas a "adversários civilizacionais". Prolifera também sobre parceiros de interesses comuns.
É o caso do Brasil (que juntamente com os EUA formam as duas maiores democracias do continente). Do México, parceiro dos EUA no Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). E de sócios dos EUA em alianças de defesa, como França e Alemanha no âmbito da Otan. Todos ampla e sofisticadamente bisbilhotados pelos EUA.
Por mais que nesses 20 anos o paradigma civilizacional tenha oferecido valiosos elementos à interpretação do pós-Guerra Fria, a confluência entre os interesses nacionais de cada país ainda é o principal gerador de cooperação e conflito no tabuleiro global.



ATIVIDADE


* Resuma o texto em apenas um parágrafo, que contenha as ideias principais: