sábado, 8 de fevereiro de 2014

O HOMEM NA HISTÓRIA: A PRÉ-HISTÓRIA (texto para os primeiros C e D)

O HOMEM NA HISTÓRIA: A PRÉ-HISTÓRIA
A Pré-História ainda não foi completamente reconstruída, pois faltam muitos elementos que possam permitir que ela seja estudada de uma forma mais profunda. Isso ocorre devido à imensa distância que nos separa desse período, até porquê muitas fontes históricas desapareceram pela ação do tempo e outras ainda não foram descobertas pelos estudiosos.

Nesse trabalho, o historiador precisa da ajuda de outras ciências de investigação, como a Arqueologia, que estuda as antiguidades, a Antropologia, que estuda os homens, e a Paleontologia, que estuda os fósseis dos seres humanos. Tais ciências estudam os restos humanos, sendo que, a cada novo achado, podem ocorrer mudanças no que se pensava anteriormente. Assim, podemos afirmar que a Pré-História está em constante processo de investigação.
A Pré-História está dividida em 3 períodos:
Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada) que vai da origem do homem até aproximadamente 8.000 a.C.
Neolítico (ou Idade da Pedra Polida) que vai de 8.000 a.C. até 5.000 a.C.
Idade dos Metais que vai de 5.000 até aproximadamente 4.000 a.C.
É no Neolítico que o homem domina a agricultura e torna-se sedentário. Com o domínio da agricultura, o homem buscou fixar-se próximo às margens dos rios, onde teria acesso à água potável e a terras mais férteis. Nesse período, a produção de alimentos, que antes era destinada ao consumo imediato, tornou-se muito grande, o que levou os homens a estocarem alimentos. Consequentemente a população começou a aumentar, pois agora havia alimentos para todos. Começaram a surgir as primeiras vilas e, depois, as cidades. A vida do homem começava a deixar de ser simples para tornar-se complexa. Sendo necessária a organização da sociedade que surgia.
Para contabilizar a produção de alimentos, o homem habilmente desenvolveu a escrita. No início a escrita tinha função contábil, ou seja, servia para contar e controlar a produção dos alimentos.
Em geral, se associa o inicio da História com a invenção da escrita, que ocorreu em aproximadamente 3.500 a.C. na Mesopotâmia. Os registros escritos mais antigos que se conhecem foram descobertos na Mesopotâmia. Trata-se de tabletes de argila com inscrições cuneiformes, ou seja, inscrições em forma de cunha.

As primeiras cidades surgem na Mesopotâmia e no Egito, onde o homem passa a organizar-se em sociedades. Nas cidades surge o comércio, no início o comércio era feito somente com os excedentes da produção, mas com o tempo passou-se a plantar visando o comércio. Nas cidades os homens passaram a ser classificados de acordo com suas funções (sacerdotes, agricultores, professores, pescadores, comerciantes, guerreiros, etc.). As diferentes funções criaram diferenças sociais, uns tinham mais recursos do que os outros.
Esta divisão do trabalho ocasionou a necessidade de criarem-se leis. Estas leis serviam para controlar e justificar as diferenças sociais que passaram a existir. Para garantir o cumprimento das leis, os homens organizaram-se em cidades-Estado, a liderança era exercida, em geral, por um ancião ou por um chefe guerreiro.
Com o tempo, as cidades-Estado iniciaram um processo de unificação, seja por motivo de guerras ou de alianças políticas. Surgiam assim, os primeiros reis e reinos. Como por exemplo, os reis na Mesopotâmia e os faraós no Egito.




ATIVIDADE


* Diferencie História e Pré-História:

A ERA DOS IMPÉRIOS (1875-1914) AUTOR: ERIC J. HOBSBAWN (Texto para o 3º A, B, C e D)

Neste livro, o autor aborda o período histórico compreendido entre a Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial, elencando as transformações que ocorreram no mundo, desde as sociedades industrializadas, denominadas “desenvolvidas”, em contraposição às demais.

CAPÍTULO 1
A REVOLUÇÃO CENTENÁRIA

Em 1880, no centenário da Revolução Francesa, o mundo já era praticamente todo conhecido e mapeado. O mundo estava pouco a pouco tornando-se global . A ferrovia e a navegação a vapor haviam encurtado as distancias intercontinentais. O telégrafo transmitia informações de uma parte do mundo a outro, em poucas horas. O mundo era densamente povoado, em primeiro lugar pelos asiáticos e em segundo lugar pelos europeus.
No entanto, cada vez mais as realidades eram distantes e caminhavam para a divisão das sociedades entre industriais, consideradas desenvolvidas e as demais.
Hobsbawn coloca que a defasagem entre o Primeiro mundo e os demais e o Terceiro mundo começou cedo, e aponta a tecnologia como uma das principais causas dessa diferença, uma vez que a acentua de forma econômica e política. A revolução Industrial favorece a desigualdade, na medida em que empresta um maior poderio bélico às nações mais economicamente favorecidas, determinando qual posição ocupará nesse sistema global.
Além disso, relata que o Primeiro Mundo era portador de uma história comum e possuía semelhantes estágios de desenvolvimento econômico, apesar das diferenças internas, enquanto que o Terceiro e o Segundo Mundo, não possuíam laços históricos, nem culturais, nem institucionais, nem em sua estrutura social se assemelhavam.
Mais difícil ainda era estabelecer limites concretos entre as fronteiras destes Estados. A Europa, era constituída não apenas pelas regiões que a formavam, mas principalmente levando-se em conta o desenvolvimento capitalista dessas regiões. Englobava as regiões que tiveram um papel importante durante o desenvolvimento do Capitalismo, os primeiros conquistadores ultramarinos (representados por Portugal e Espanha) e os descendentes do Império Romano.
Grandes extensões da Europa ainda estavam fora do eixo de desenvolvimento capitalista, gerando um estranhamento cultural muitas vezes dentro de um mesmo país, como era o caso dos italianos do norte, industrial, com relação aos do sul.
Outros países, como a Rússia, ficavam no limite da questão. Seria mais europeia que asiática na medida em que seus governantes empenhavam-se em investir nas indústrias, apesar de possuir vastas extensões territoriais, cujos habitantes estavam de tal forma distantes da cultura, que pareciam viver em outro século.
Além do critério de industrialização utilizado para definir a parcela de desenvolvimento de uma nação, a urbanização também serviu de parâmetro. O mundo civilizado era organizado em cidades que, pouco a pouco, iam tomando conta dos campos que as cercavam.
A sociedade burguesa europeia ditava os costumes e era a responsável pelas transformações intelectuais. A cultura da elite, representada pela biblioteca e pelo museu, foi estendido a toda a população, como uma exigência do Liberalismo, mas estava articulada com os interesses das classes dominantes.
Em termos políticos, um país “avançado” deveria seguir um padrão previamente determinado e que quase não permitia variações. Por exemplo, deveria ser um Estado de direito, com uma constituição única e cujos habitantes desfrutassem de certos direitos políticos e jurídicos básicos, entre outros.
Seus habitantes também deveriam se enquadrar aos critérios liberais burgueses, com indivíduos “juridicamente livres e iguais”. Em alguns países, tais como Brasil e Cuba, a escravidão legal ainda existia, muito embora vivesse seus derradeiros anos.
Assim, as diferenças entre os mundos pareciam cada vez mais visíveis, uma vez que uma grande parcela do mundo considerado ”atrasado”não partilhava das mesmas divisões políticas territoriais. Não possuíam Estados, e para alguns, nem esse termo seria aplicável às suas unidades políticas. Alguns eram compostos de colônias de potências europeias, ou antigos impérios, tais como a China, a Turquia ou a Pérsia.
No entanto, era na cultura da população que residia a maior diferença entre os dois mundos. O grau de alfabetização crescente dos ditos países desenvolvidos contrapunha-se em grande parte ao que era, então, à parcela menos favorecida do mundo, em que um menor grau de urbanização estava diretamente relacionado ao predomínio do analfabetismo.
O século XIX foi marcado pela necessidade de transformações de tal forma, que o índice de progresso de uma nação podia ser mensurado por sua capacidade de produção material, bem como do desenvolvimento de seus meios de comunicações.
A tecnologia moderna começou a ser “visível”, apresentando-se ao povo, através das locomotivas, dos telégrafos e dos navios a vapor. Além disso, outros avanços tecnológicos permitiram a invenção das turbinas, dos motores de combustão interna, do telefone, do gramofone, da lâmpada elétrica, do automóvel, do cinematógrafo , da aeronáutica e da radiotelegrafia.
À época, o impacto dessas invenções na sociedade era de difícil previsão, uma vez que mesmo na dita parcela desenvolvida do mundo, a distribuição de renda para o consumo era desigual. No ano de 1870, cerca de 80% da população era composta pela classe trabalhadora, contra 3,5% de ricos e aproximadamente 14% , pela classe média.
A expectativa de vida média acabou tornando-se maior, e as taxas de mortalidade infantil entraram em declínio. Mesmo assim, o “progresso” não era percebido da mesma forma nas diversas partes do mundo.
De acordo com Hobsbawn “o progresso fora dos países avançados não era um fato óbvio nem uma suposição plausível, mas sobretudo um perigo e um desafio estrangeiros”. Isso porque ia de encontro, muitas vezes, com os hábitos e costumes arraigados das populações, o que de certa forma, podia ser considerado como uma intromissão, uma nova forma de dominação estrangeira.
Perigosamente, uma nova ideia começa a tomar forma: a recusa (ou impossibilidade) da maioria dos habitantes do mundo em viver de acordo com as novas regras impostas pela parcela ocidental burguesa, acabou sendo interpretada como um sinal de fraqueza.
Uma enorme parcela da humanidade foi considerada biologicamente incapaz de realizar aquilo que aos europeus parecia fácil. A desigualdade social foi justificada através da Biologia, em que o conceito de raça superior começou a tomar forma.
Nas repúblicas da América Latina, esse pensamento refletiu-se de uma maneira muito curiosa. Os políticos e ideólogos abraçando a ideia de superioridade genética, concluíram que a chave do progresso residia justamente no branqueamento populacional progressivo.


ATIVIDADE

* Destaque as ideias principais do texto, organizando um esquema de estudo:

Redenção de Can, de Modesto Y Brocos


A Baixa Idade Média (Texto Para os Segundos Anos: A, B, C, D e E)

IntroduçãoA Baixa Idade Média é o período da história Medieval que vai do século XIII ao XV. Corresponde a fase em que as principais características da Idade Média, principalmente o Feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o sistema feudal estava entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem nesta fase.
Mudanças na forma de produzir
O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área agrícola. O desenvolvimento do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a utilização da atrelagem dos animais (bois e cavalos) pelo peito representaram uma evolução agrícola importante, trazendo um aumento significativo na produção dos gêneros agrícolas.
Crescimento demográfico
O século XIII foi marcado também pela diminuição nas guerras. Vivenciou-se neste período uma situação de maior tranquilidade em função do fim das Cruzadas. Este clima de paz em conjunto com o aumento na produção de alimentos significou um significativo aumento populacional no continente europeu. Este crescimento demográfico foi interrompido em meados do século XIV com a peste bubônica, que matou cerca de um terço da população europeia.
Renascimento Comercial e UrbanoQuando retornavam das Cruzadas, muito cavaleiros saqueavam cidades no Oriente. O material proveniente destes saques (joias, tecidos, temperos, etc) eram comercializados no caminho. Foi neste contexto que surgiram as rotas comerciais e as feiras medievais. A saída dos muçulmanos do mar Mediterrâneo também favoreceu o Renascimento Comercial.

Foi neste contexto que começou a surgir uma nova camada social: a burguesia. Dedicados ao
comércio, os burgueses enriqueceram e dinamizaram a economia no final da Idade Média. Esta nova camada social necessitava de segurança e buscou construir habitações protegidas por muros. Surgia assim os burgos que, com o passar do tempo, deram origem a várias cidades (Renascimento Urbano).

As cidades passaram a significar maiores oportunidades de trabalho. Muitos habitantes da zona rural passaram a deixar o campo para buscar melhores condições de vida nas cidades europeias (êxodo rural). Com a diminuição dos trabalhadores rurais, os senhores feudais tiveram que mexer nas obrigações dos servos, amenizando os impostos e taxas. Em alguns feudos, chegaram a oferecer pequenas remunerações para os servos. Estas mudanças significaram uma transformação nas relações de trabalho no campo, desintegrando o sistema feudal de produção.

Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como, por exemplo, os cambistas (trocavam moedas) e os banqueiros (guardavam dinheiro, faziam empréstimos, etc).
Estes novos componentes sociais (burgueses, cambistas, banqueiros, etc) passaram a começar a se preocupar com a aquisição de conhecimentos. Este fato fez surgir, nos séculos XII e XIII, várias universidades na Europa. Estas instituições de ensino dedicavam-se ao aos conhecimentos matemáticos, teológicos, medicinais e jurídicos.
Alguns fatos históricos importantes ocorridos na Baixa Idade Média:
- Cisma entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente (1054)
- O Papa Urbano II convoca a Primeira Cruzada com o objetivo de libertar a Terra Santa (1095)
- A Inquisição foi instituída pelo papa Gregório IX (1231)
- Início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra (1337)
- Chegada dos espanhóis, liderados por Cristóvão Colombo, à América (1492)

ATIVIDADE


* Explique, com suas palavras, o surgimento da burguesia: